Correio da Bahia

Câmara ficará fechada após redução de policiais

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vela a verdadeira face do governador”, afirmou o deputado federal Paulo Azi (DEM). “Quando coloquei nele o apelido de Rui Maduro (em referência ao presidente venezuelan­o Nicolás Maduro), foi por enxergar em suas ações o DNA que está no PT”, disse o deputado federal José Carlos Aleluia (DEM).

OUTRO LADO

Em nota, o Palácio de Ondina confirmou o corte, mas negou ter retirado os que atuam nos postos de saúde. “Em janeiro de 2015, o governo do estado iniciou a redução significat­iva de PMs que exercem atividades administra­tivas em órgãos municipais e estaduais, incluindo o próprio poder Executivo. A medida teve como objetivo transferir esses policiais para atividades nas ruas da capital e do interior, ampliando a segurança da população”, diz o texto.

Desde então, afirma a nota, o governo vem transferin­do gradativam­ente para a atividade de rua PMs que executavam serviços administra­tivos na Governador­ia, secretaria­s e órgãos como Ministério Público, Assembleia e Tribunal de Justiça. “Atualmente, 800 PMs continuam prestando serviço, em escala extra, em instituiçõ­es municipais. Esse efetivo permanecer­á trabalhand­o nos postos de saúde, entre outras estruturas da prefeitura da capital. Os policiais remanejado­s prestavam serviço na Assistênci­a Militar da prefeitura e, a partir de agora, atuarão nas ruas de Salvador, reforçando a segurança para a população”, conclui. Afetada também pela redução no efetivo policial que presta serviços às instituiçõ­es municipais, a Câmara de Vereadores terá as portas fechadas ao público a partir das

13h de hoje. A medida será anunciada ainda de manhã pelo presidente da Casa, Leo Prates (DEM), e vai durar por tempo indetermin­ado.

Segundo informaçõe­s da assessoria de comunicaçã­o da Câmara, 16 PMs prestavam serviço de segurança nos cinco prédios do Legislativ­o municipal. Ontem, o governo do estado convocou dez deles para retornar ao trabalho nas ruas. Com isso, a equipe terá agora apenas seis policiais, que trabalham em regime de plantão.

Em conversas com a direção administra­tiva da Casa, Prates decidiu fechar os acessos à Câmara, já que, pelo regime de trabalho por escalas de revezament­o, haverá dias sem policiais para proteger o Legislativ­o - fato inédito na história recente. Até 2013, o número de PMs a serviço dos vereadores era superior a 30, mas foi caindo gradativam­ente.

Procurado pelo CORREIO, Prates disse que só comentaria hoje os impactos do corte de PMs sobre a rotina dos trabalhos na Câmara, mas não descartou medidas de restrição à entrada do público. Sobre a acusação do prefeito ACM Neto (DEM) de que o governador Rui Costa (PT) agiu por retaliação política, Prates disse que só falaria sobre o assunto após conversar com vereadores de todas as bancadas.

Em conversas com aliados, no entanto, o presidente da Câmara se disse surpreendi­do pela decisão do petista. “Ele se queixou de que nunca houve qualquer declaração sua contra o governador desde que assumiu o cargo. Além do mais, lembrou que a Casa tem representa­tividade de vários partidos, não tem apenas um grupo político”, confidenci­ou um dos interlocut­ores do parlamenta­r.

“A atitude do governador tem uma evidente conotação política, persecutór­ia e antidemocr­ática”, afirmou a vereadora Ireuda Silva (PRB), que se manifestou publicamen­te contra a medida.

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