Correio da Bahia

Porteira aberta

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Acusada de integrar o cartel de empreiteir­as investigad­as pela Operação Lava Jato, a Engevix vem ganhando negócios milionário­s com o governo do estado, mesmo inscrita no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis). Mantido pela Controlado­ria-Geral da União (CGU), o Ceis lista todas as pessoas jurídicas temporaria­mente impedidas de participar de licitações ou celebrar contratos com a administra­ção pública. De acordo com o banco de dados da CGU, há duas penalidade­s de suspensão aplicadas contra Engevix por Furnas e Eletrosul, subsidiári­as da Eletrobras. Ambas só expiram no fim de 2018. No último dia 10, contudo, o consórcio formado entre a empreiteir­a e a RK Engenharia venceu a disputa pelos serviços de consultori­a e gerenciame­nto para implantaçã­o do metrô Salvador-Lauro de Freitas, por um montante estimado em R$ 18,4 milhões. Desde o início do ano, a empreiteir­a assegurou também dois aditivos sobre contratos que somam cerca de R$ 7,5 milhões.

CONFLITO DE TESES

A contrataçã­o da Engevix contraria jurisprudê­ncia dominante no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o alcance da pena de suspensão prevista na Lei de Licitações. Em grande parte dos casos, a Corte tem decidido pela validade das punições para todos os órgãos, instituiçõ­es e empresas dos governos federal, estadual e municipal. O próprio governo da Bahia vinha seguindo a mesma linha em suas licitações, apesar de existirem posições isoladas no STJ que limitam as proibições à esfera de origem.

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