Neto volta a criticar retirada de PMs e acusa Rui de ‘autoritarismo’
TROCA DE FARPAS Após criticar duramente o governador Rui Costa (PT) pela retirada de 20 dos 35 PMs que faziam a segurança de postos de saúde e órgãos municipais, o prefeito ACM Neto (DEM) voltou a elevar o tom contra a decisão do petista. Em entrevistas à imprensa ontem, durante a assinatura da ordem de serviço para a construção da Unidade de Saúde da Família (USF) em Pirajá, o democrata acusou o governador de agir por retaliação devido as suas declarações sobre a política de segurança pública no estado. “É uma decisão absolutamente incompreensível. Uma coisa é o debate político. O governador tem o direito de me criticar e eu posso não concordar com o que ele diz, mas tenho de ouvir. Da mesma forma, também tenho o direito de criticá-lo, e a democracia impõe que ele ouça as críticas. Foi o que fiz quando cobrei providências imediatas na área da segurança pública (anteontem)”, afirmou Neto. Segundo o prefeito, o corte de PMs que prestavam serviço à prefeitura “foi um ato de autoritarismo de alguém que demonstrou não estar preparado para exercer a função de governador”, afirmou, ao reafirmar que a retirada dos policiais vai prejudicar a cidade. “Amanhã ou depois, se houver qualquer risco à integridade das pessoas que estão nos postos de saúde do município, nas
UPAs ou mesmo daqueles que trabalham institucionalmente para a prefeitura, Rui Costa e sua consciência terão que responder por isso. No que se refere à segurança, não pode ter espaço para brincadeira ou ato de perseguição política, que é o que ele faz”, emendou. A decisão do governo foi vista pelo prefeito como uma resposta a críticas feitas pela prefeitura durante a inauguração de um posto de saúde em Bom Juá, na última quarta-feira, quando cobrou a demissão do secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, e do comandante-geral da PM, Anselmo Brandão. Na ocasião, Neto afirmou ainda que Rui estava de “braços cruzados” diante da escalada de violência na capital e interior da Bahia. Em declarações à imprensa, Rui afirmou que o prefeito teria agido por “má-fé” e com motivação eleitoral. “Os policiais não fizeram concurso para ser guarda-costas de secretário ou de quem quer que seja, para ficar de vigilante em prédios públicos. Quem quer segurança particular, contrate. Polícia é para proteger a sociedade”, afirmou. Atingida também por corte de PMs, a Câmara de Vereadores interrompeu ontem suas atividades das 13h às
18h. O presidente da Casa, Léo Prates (DEM), disse ao CORREIO que a Câmara continuará funcionando com os guardas municipais cedidos pelo prefeito.