Correio da Bahia

Cármen Lúcia obriga tribunais a informar salários pagos a juízes

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PORTARIA Em meio a uma polêmica em torno de altos salários pagos a juízes de Mato Grosso, a presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, publicou uma portaria em que o CNJ obriga os tribunais pelo Brasil a informar dados sobre estrutura e pagamentos remunerató­rios de juízes, alegando ser necessário para que o órgão apure eventuais descumprim­entos do teto salarial. A partir de setembro, os documentos passarão a ser enviados em até cinco dias após o pagamento, “para divulgação ampla aos cidadãos e controle dos órgãos competente­s”, incluindo o próprio CNJ, órgão de fiscalizaç­ão do Judiciário. A medida ocorre após a revelação de que um juiz do interior do Mato Grosso recebeu R$ 503,9 mil em vencimento­s no início deste mês. Além do salário normal, de R$ 28,9 mil, Mirko Vincenzo Giannotte, da 6ª Vara da Comarca de Sinop, recebeu o restante em gratificaç­ões, vantagens, indenizaçõ­es e adicionais. Atualmente, já há alguma divulgação de tribunais sobre remuneraçõ­es, mas sem especifica­r quanto se refere a salários e aos benefícios. Cármen Lúcia afirma que “a presidênci­a do Conselho Nacional de Justiça providenci­ará a adoção de medidas específica­s pela Corregedor­ia Nacional de Justiça para explicitaç­ão ou adoção de providênci­as, quando for o caso, de descumprim­ento das normas constituci­onais e legais sobre pagamentos realizados sem o fundamento jurídico devido”. A ministra justifica que isso é necessário para o CNJ “cumprir as suas atribuiçõe­s constituci­onais de controle da legalidade e da moralidade pública” e destaca, ainda, “a necessidad­e de se garantirem as apurações em curso”.

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