Cônsul da Grécia está proibido de sair do país
Para chegar a Vaccarezza, os policiais se valeram ainda de depoimentos da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. A polícia suspeita que o ex-deputado tenha recebido aproximadamente R$ 500 mil em propinas.
Na outra etapa, a força-tarefa apura um suposto esquema para facilitar a contratação de armadores gregos para o fretamento de navios, tendo como contrapartida o pagamento de propinas. Com base em informações privilegiadas, dois grupos gregos, o Tsakos e o Aegean, que juntos tiveram 19 contratos no valor total de US$ 794 milhões assinados com a Petrobras. Os investigadores dizem que os contratos previam o pagamento de 3% dos valores dos contratos como propinas para
BENS BLOQUEADOS
O juiz federal Sérgio Moro mandou bloquear até R$ 6 milhões do ex-deputado Cândido Vaccarezza. O confisco atinge ainda outros seis investigados. O valor corresponde ao montante total pago pela empresa estrangeira Sargeant Marine a título de “comissão”. O bloqueio alcança ativos mantidos em contas e investimentos bancários dos alvos e de suas empresas. O ex-deputado foi capturado pela Polícia Federal, em São Paulo. Os agentes apreenderam ao menos R$ 122 mil em espécie na casa de Vaccarezza.
A investigação mira a contratação do fornecimento de asfalto pela empresa americana Sargeant Marine à estatal petrolífera, mediante o pagamento de propinas a funcionários públicos e agentes políticos.
A defesa de Cândido Vaccarezza afirmou que ele nunca intermediou qualquer tipo de negociação entre empresas privadas e a Petrobras.
Em nota, o PT afirmou que Vaccarezza “saiu do partido por divergências políticas”. O partido disse não ter informações sobre esse processo. “Esperamos que ele tenha oportunidade de se defender e esclarecer as acusações”. O juiz federal Sérgio Moro proibiu o cônsul honorário da Grécia no Rio, Konstantinos Georgios Kotronakis, alvo da Operação Sem Fronteiras, deflagrada ontem, de deixar o país. O magistrado determinou que a Delegacia da Polícia Federal de Fronteiras anote a proibição imposta a Konstantinos. O cônsul é investigado por uma suposta facilitação da contratação de armadores gregos para o fretamento de navios, tendo como contrapartida o pagamento de propinas.
O Ministério Público Federal havia pedido a prisão preventiva do cônsul. Moro afirmou que eram “cabíveis tanto a prisão preventiva como a temporária”, mas decidiu substituir “as medidas mais drásticas por cautelares alternativas”. Moro determinou que fosse encaminhada à Embaixada da Grécia em Brasília uma cópia da decisão “para ciência da restrição, ainda que limitada, imposta ao cônsul honorário”.
O magistrado não autorizou buscas no Consulado da Grécia no Rio de Janeiro, “local de trabalho de Konstantinos”. O juiz da Lava Jato expediu ordens judiciais para duas residências do cônsul, em São Paulo e no Rio, e outros quatro endereços ligados ao grego.
Konstantinos e sete empresas estão com seus ativos bloqueados em até R$ 5 milhões por ordem de Moro.
Konstantinos é investigado na Operação Lava Jato. A força-tarefa apura uma suposta facilitação da contratação de armadores gregos para o fretamento de navios, tendo como contrapartida o pagamento de propinas.
O cônsul intermediou um esquema para facilitar o pagamento de propinas por empresas gregas.