Correio da Bahia

‘Rei do ônibus’ deixa o presídio no Rio

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DECISÃO POLÊMICA Conhecido como “rei do ônibus”, o empresário Jacob Barata Filho e o ex-presidente da Federação das Empresas de Transporte­s de Passageiro­s do Estado do Rio (Fetranspor), Lélis Teixeira, deixaram o Presídio de Benfica, na zona norte da capital fluminense, na manhã de ontem. Nenhum deles falou com a imprensa. Os dois foram beneficiad­os por um novo habeas corpus concedido sexta-feira pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, após uma disputa com o juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que concentra os casos da Lava Jato no Rio.

Presos desde julho, Barata Filho e Teixeira são réus na Operação Ponto Final da Polícia Federal, desdobrame­nto da Lava Jato que investiga um esquema de pagamento de propina para autoridade­s do estado em troca de benefícios no sistema de transporte público. Barata Filho é um dos maiores empresário­s do ramo de ônibus do Rio.

A nova decisão de Gilmar Mendes determina que Barata Filho e Teixeira fiquem recolhidos em casa, proibidos de manter contato entre si e com outros investigad­os no caso. Além disso, eles devem entregar os passaporte­s para a Justiça em até 48 horas. No despacho, o ministro do STF argumenta que tais restrições impostas são suficiente­s para que os réus não deixem o país ou voltem aos crimes supostamen­te cometidos.

Antes de soltar novamente os investigad­os, o ministro do Supremo havia dito que a decisão do juiz federal do Rio foi “atípica”. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que Bretas não tem, no momento, instrument­os legais para expedir novos mandados de prisão para os dois empresário­s. O novo habeas corpus expedido por Gilmar Mendes motivou a força-tarefa da Lava Jato no Rio a encaminhar para a Procurador­ia-Geral da República um pedido de suspeição do ministro do STF em casos relacionad­os a Barata Filho. Os procurador­es alegam que o ministro tem relações pessoais com Barata Filho e afirmam que ele deveria ter se “autoafasta­do” do caso. Gilmar foi padrinho de casamento da filha de Barata.

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