‘Não entrego o cargo’, avisa Tasso
PRESIDENTE DO PSDB O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), defendeu ontem que os deputados tucanos insatisfeitos com sua gestão à frente da sigla procurem o senador Aécio Neves (PSBD-MG), presidente licenciado da legenda, para pedir sua saída do cargo. Jereissati voltou a dizer que não vai entregar o posto e negou que esteja fazendo prevalecer suas convicções na direção partidária.
“Eles que vão ao Aécio e digam: ‘Aécio, tira o homem que ele não nos representa’. E provem que são majoritários. É tão fácil. Se não tivesse um presidente efetivo, tivesse que ir para a executiva, aí seria mais complicado”, argumentou. “Eu estou consciente que sou interino. Então pra deixar a presidência e a interinidade, não precisa de nenhum tipo de articulação, pressão, nada disso. É um ato puro e simples do presidente efetivo, que ele faz e pronto. Não depende de mim e de mais ninguém. Só do presidente efetivo”, afirmou. Tasso vem sendo questionado pela ala governista do partido por ser a favor da saído do partido do governo Michel Temer. Pouco mais de dez deputados federais do PSDB se reuniram anteontem à noite, em um jantar de mais de quatro horas, para deliberar sobre o “comportamento” de Tasso. “Aconselhados” pelo governador de Goiás, Marconi Perillo, e acompanhados dos ministros Bruno Araújo (Cidades) e Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), os parlamentares pró-governo decidiram que vão pedir a “correção” ou “substituição” do senador do comando da legenda.
Nas palavras do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), Tasso tem tornado público uma posição distinta da majoritária. “Desde aquela reunião ampliada da Executiva, já começou esse comportamento. O partido decide uma coisa e, em público, o porta-voz se posiciona de maneira diferente”, acusou. O prefeito de São Paulo, João Doria, disse ontem que apoia a antecipação da Executiva nacional do PSDB para outubro e a indicação do nome do governador de Goiás, Marconi Perillo, para presidir o partido. “Apoio total a Marconi Perillo para presidir o PSDB”. A posição do prefeito diverge da de seu padrinho político, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que defende a permanência do senador Tasso Jereissati (CE), hoje interino, na presidência do partido e a manutenção do calendário que prevê as convenções municipais tucanas em outubro deste ano, as estaduais em novembro e finalmente a nacional em dezembro. O próximo presidente do PSDB terá papel determinante na escolha do candidato do partido a presidente da República. Tasso já declarou que apoia o nome de Alckmin para presidente em 2018.