Sagrada Família era alvo do ataque
BARCELONA Quatro suspeitos dos atentados em Barcelona e Cambrils que deixaram 15 mortos, na semana passada, foram indiciados pela polícia espanhola, ontem, por homicídio, terrorismo e posse de explosivos. Durante interrogatório na Audiência Nacional de Madri, dois suspeitos disseram ao juiz que foram instigados a cometer os crimes por Abdelbaki Es Satty, imã da mesquita de Ripoll, no interior da Catalunha. Um dos acusados interrogados, Mohamed Houli Chemlal, apontado como um dos responsáveis por planejar o duplo ataque às cidades espanholas, disse ainda que a intenção da célula terrorista era um atentado de maior impacto, cujo alvo principal seria a basílica da Sagrada Família, que é Patrimônio Mundial da Unesco e o principal trabalho do arquiteto Antoni Gaudí; além de uma das atrações turísticas mais famosas de Barcelona. Chemlal se feriu em uma explosão acidental em uma casa na cidade de Alcanar, localizada a 200km ao sul de Barcelona, onde o grupo fabricava os explosivos para o ataque. Ao atender a ocorrência dessa explosão é que a polícia catalã começou a investigar as ligações entre os ataques ocorridos nas Ramblas, em Barcelona, e em Cambrills, situada há 117km e atacada cerca de dez horas depois. Segundo Chemlal, o contratempo com a explosão acabou antecipando os ataques, “prejudicando os planos da célula”. A procuradoria espanhola pediu que Chemlal seja preso em regime de isolamento e não tenha direito a fiança. Além dele, outros três suspeitos detidos por conexões com os ataques foram interrogados. No Marrocos, a polícia local prendeu um indivíduo de 34 anos também por suspeita de ter envolvimento com os atentados na Espanha. O suspeito viveu no mesmo bairro da cidade de Ripoll, na Catalunha, onde morava Moussa Oukabir, um dos responsáveis pelo atentado.