Correio da Bahia

Tragédia do Pará levou baiana a pedir dicas ao marido

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Depois de ter visto o naufrágio que aconteceu quarta, no Pará, a administra­dora de condomínio­s Meire Reis, 53 anos, perguntou ao marido o que deveria fazer na mesma situação. Foi o que a salvou, ontem, como contou emocionada ao CORREIO.

Eu vi a reportagem de Belém (Pará) e aí eu perguntei a ele (meu marido) se acontecess­e isso aqui o que eu devia fazer. E ele ensinou tudo como fazer para me salvar: respirar, me afastar, porque o que mata é o povo que fica em cima. Tudo que ele me ensinou foi o que eu fiz. Hoje eu estou viva e salva graças a ele, ao que ele me ensinou.

A Deus, em primeiro lugar, porque eu fiquei embaixo da embarcação e não sei como eu saí. Eu bati muito a cabeça para poder sair, mas consegui sair. Primeiro foi Deus e depois eu fiz aquilo que Deus mandou ele me ensinar. Eu estava na parte por onde o barco virou. Eu estava sentada e o barco virou com o povo que estava do lado de lá e eu fiquei presa.

Eu faço a travessia todo dia. Eu trabalho aqui (em Salvador) como admistrado­ra de condomínio. Eu não sei dizer o que aconteceu. Eu já atravessei esse mar com vento bem maior e não aconteceu isso. A embarcação é a pior possível que existe. Para você ter uma ideia, ela quando está encostada lá no normal, ela já fica toda torta. Muita gente teve a sorte que não veio. Eu mesma ia desistir quando eu vi que era a Cavalo Marinho. Eu pensei: não vou. Mais ou menos oito ou nove pessoas quando viram que era a Cavalo Marinho desistiram porque é a pior embarcação que tem.

Tinha salva-vidas e bote para as pessoas. Mas nós ficamos em um bote, onde tinha outro bote amarrado e a gente não conseguiu desamarrar. Ficou uns por cima dos outros. Eu consegui botar um colete com muita dificuldad­e porque eles estavam todos dado um nó. Para consegui tirar aquele nó e botar em mim foi muita dificuldad­e. O normal vem com três, quatro tripulante­s. Eles ajudaram muito. Inclusive teve um que entrou em pânico porque a criancinha que veio a óbito morreu nos braços dele”.

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