Autoridades lamentam tragédia
Autoridades lamentaram o naufrágio ocorrido ontem em Mar Grande, no município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica.
O presidente Michel Temer manifestou pesar pela tragédia e se disse solidário com os parentes das vítimas. O presidente também colocou o governo federal à disposição das autoridades do estado para apurar as responsabilidades.
“Nós temos que lamentar imensamente o que ocorreu, nos solidarizar com as famílias enlutadas, perderam seus entes queridos. Quero dizer ao governo e a todo o povo da Bahia que o governo federal está inteiramente às ordens e deverão ser tomadas providências para apurar as responsabilidades por esse lamentável acontecimento”, afirmou Temer.
O prefeito de Salvador, ACM Neto, determinou que a Secretaria de Saúde (SMS), a Defesa Civil (Codesal) e a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps) mobilizem todos os esforços para ajudar as autoridades estaduais e municipais de Vera Cruz para prestar assistência às pessoas que estavam na embarcação.
“Neste momento de profunda dor, presto minha solidariedade às vítimas e seus familiares e, ao mesmo tempo, informo que todos os órgãos da prefeitura estão envolvidos para ajudar no atendimento social, psicológico e nos primeiros socorros às pessoas”, disse Neto.
O governador Rui Costa, em nota, lamentou o acidente e disse que também mobilizou os órgãos para atender as vítimas. “Lamento profundamente o acidente ocorrido em Mar Grande e manifesto minha solidariedade aos familiares das vítimas. Todas as forças do governo do estado estão mobilizadas para dar assistência e prestar socorro às vítimas”, destacou Rui. O governador ainda decretou luto oficial de três dias no estado.
O presidente da Câmara Municipal de Salvador, Leo Prates, também lamentou o ocorrido. “A Câmara Municipal de Salvador se solidariza com todos os familiares e amigos das vítimas dessa tragédia”, disse Prates, colocando a Casa Legislativa de prontidão para contribuir na apuração do episódio e trabalhar no sentido de que medidas de segurança sejam adotadas para evitar fatos semelhantes.
O núncio apostólico do Brasil, dom Giovanni d’Aniello, emitiu nota em nome do papa Francisco lamentando as mortes. Ele manifestou condolências para as famílias das vítimas e orações aos mortos. As tragédias naturalmente consternam qualquer pessoa que guarda um pouco de humanidade no coração, mas nos tocam mais profundamente quando, de alguma maneira, nos são próximas. O naufrágio da lancha Cavalo Marinho I durante a travessia Mar Grande – Salvador, ontem pela manhã, me deixou meio fora do ar.
A imagem dos corpos perfilados na praia do Duro me causou profunda tristeza. Meus pais tinham uma casa a menos de 50 metros dali e uma pousada a menos de um quilômetro dessa praia.
Dei meus primeiros passos naquela areia e tomei meus primeiros banhos naquela água. Mar Grande, e em especial aquela praia, é o grande paraíso da minha infância e adolescência. Grande parte de minhas melhores lembranças está ali.
Faço essa travessia desde quando estava na barriga de minha mãe. Meu filho, hoje com 21 anos, também.
Por diversas vezes, a agradabilíssima viagem de cerca de 45 minutos cruzando a Baía de Todos os Santos foi feita naquela mesma lancha, cujos marinheiros eu chamava pelo nome.
Não sei se entre as vítimas estão conhecidos meus. Possivelmente sim.
Por isso a imagem do bebê de cerca de 1 ano nos braços do bombeiro que fez o resgate me é tão forte. Ele foi uma das 18 vítimas confirmadas até agora. Poderia (pode?) ser filho de um conhecido meu. Poderia ter sido meu filho. Poderia ter sido eu.
Desde pequeno, ouço e vivencio histórias de travessias difíceis por causa do mar revolto feitas por lanchas superlotadas e mal conservadas.
Lembro de senhorinhas rezando nas viagens em que o mar entrava por um lado da embarcação e saía pelo outro, de tanto que balançava.
Nos últimos anos, a Capitania dos Portos intensificou a fiscalização, exigindo embarcações mais conservadas, com salva-vidas e equipamentos de segurança e com o número de passageiros limitado as suas capacidades.
Ainda não sei se a negligência foi a causa do acidente. Espero sinceramente que não. Porque, quando os tiver, desejo que meus netos também façam essa travessia...