Corrente de amor
Ontem foi um dia de dor para muitas famílias baianas. Divididos entre o terminal náutico do bairro do Comércio e o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, parentes das vítimas da lancha Cavalo Marinho I, que naufragou na Baía de Todos os Santos, eram amparados enquanto aguardavam com desespero e ansiedade por notícias dos desaparecidos que ainda não haviam sido resgatados e nutriam esperança de não ouvir nenhum nome conhecido na lista dos mortos identificados.
Do outro lado da cidade, um pouco de empatia, solidariedade e amor ao próximo. Antes dos treinos, jogadores de Bahia e Vitória fizeram uma corrente de oração por todos que estavam envolvidos nesse dia de dor. Vítimas fatais, as que conseguiram se salvar e quem agora terá que aprender a lidar com a perda.
Parecidas e em mesma sintonia, as duas cenas emocionaram. No Fazendão, a cerca de 30 km de onde estavam os familiares das vítimas, jogadores do Bahia se abraçaram e rezaram. No Barradão, o mesmo ar de solidariedade se repetiu. Os rubro-negros fizeram um minuto de silêncio, pediram força aos familiares e concluíram a homenagem com uma salva de palmas.
HOMENAGENS
Baiano, o goleiro Jean ficou bastante sentido com a tragédia. “É um momento difícil para o povo baiano. Quero aqui prestar solidariedade aos familiares dos que morreram nesse trágico acidente. É uma rotina de muitos atravessar a Ilha de Itaparica e, infelizmente, aconteceu essa fatalidade. Que Deus possa confortar os familiares dos que se foram e que guarde quem perdeu a vida em um bom lugar”, lamentou o jogador do Bahia.
Do lado rubro-negro, o técnico Vagner Mancini comandou um breve treino, que durou apenas 55 minutos, e liberou o elenco. O comandante do Leão também fez questão de se manifestar e mandar uma mensagem para quem, agora, vive a dor do luto. “Nós, aqui do Vitória, estamos solidários com as famílias das vítimas diante dessa tragédia, que todos nós lamentamos muito. A gente espera que rapidamente o conforto de Deus aconteça no coração de todas as pessoas. A gente sabe o quanto deve estar sendo difícil para as famílias, mas estamos aqui, solidários. Fizemos uma oração e esperamos que, o mais rápido possível, a rotina de todos que fazem ou fizeram parte da vida das vítimas que se foram, possa voltar ao normal, se é que isso é possível”, solidarizou-se.
A tragédia aconteceu ontem, às 6h30, quando a lancha fazia a travessia de Mar Grande para Salvador. Ao todo, eram 116 passageiros, quatro tripulantes e quatro policiais militares. Até o fechamento do jornal, 18 mortes haviam sido confirmadas.
Dupla Ba-Vi faz homenagem às vítimas de lancha que naufragou