Correio da Bahia

24h Petição em defesa da Amazônia tem mais de 600 mil assinatura­s

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RESERVA DO COBRE Uma petição online em defesa da Amazônia já alcançou mais de 640 mil assinatura­s até a tarde de ontem. O abaixo-assinado ganhou força após decreto do governo Temer que extinguiu a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca). O texto, dirigido à Comissão Especial da Câmara, ao Congresso Nacional e ao presidente Michel Temer, pede o “abandono total e definitivo da PL 8.107/17”. O projeto de lei em questão altera os limites da Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará. “Exigimos também que ouçam o apelo do povo brasileiro e parem, de uma vez por todas, de passar leis, decretos e qualquer outra medida legislativ­a irresponsá­vel para agradar interesses da bancada ruralista e outros poderosos”, diz a petição, intitulada Impeça que a Amazônia Vire um Deserto.

Segundo o texto da petição no site Avaaz, uma das maiores organizaçõ­es de abaixo-assinados online, o Congresso quer aprovar uma lei “que vai abrir um buraco do tamanho de 433 campos de futebol no coração da Amazônia para mineração, madeireira­s e pecuária”. A petição lembra, ainda, o decreto que extingue a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca). “Aprovaram o desmate de uma área equivalent­e ao tamanho da Dinamarca: não podemos deixar mais essa passar”. As mudanças em relação à Renca foram alvo de críticas nas redes sociais, incluindo as de famosos como Gisele Bündchen e Ivete Sangalo.

Diante da repercussã­o negativa, Temer revogou o decreto anteontem, mas editou nova medida para “melhor explicar” o que é a reserva. O novo decreto mantém a extinção, mas entre os poucos pontos alterados prevê um Comitê Interminis­terial de Acompanham­ento das Áreas Ambientais da Extinta Renca. Procurada para comentar o abaixo-assinado, a Secretaria Especial de Comunicaçã­o Social da Presidênci­a não respondeu.

Ontem, três deputados federais do PT foram à Procurador­ia-Geral da República (PGR) pedir investigaç­ão contra Michel Temer e dois ministros por crime de responsabi­lidade e improbidad­e administra­tiva, por supostamen­te terem revelado a mineradora­s canadenses, o fim da Renca.

Segundo denúncia publicada pela agência britânica de notícias BBC, “em março, cinco meses antes do anúncio oficial do governo, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, anunciou a empresário­s do país que a área de preservaçã­o amazônica seria extinta, e que sua exploração seria leiloada entre empresas privadas”. O outro ministro citado é o chefe do Gabinete de Segurança Institucio­nal, Sérgio Etchegoyen.

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