Gringo joga capoeira em escolas municipais
ÁGUAS CLARAS O israelense Miki Hayat, hoje com 27, tinha 10 anos de idade quando viu um tio realizando uns movimentos com o corpo que se, por um lado, lhe pareciam estranhos, por outro eram encantadores. Não demorou para que pedisse ao tio que lhe ensinasse aquela prática e agora, 17 anos depois, Miki, além de exímio praticante de capoeira, ensina a mais de 200 crianças a ginga brasileira. Ontem, ele esteve em Salvador para jogar capoeira com alunos da rede municipal. Pela manhã, foi à Escola-Laboratório de Coutos e à tarde foi ao colégio Francisco Leite, em Águas Claras. “Esporte e educação são praticamente a mesma coisa. E o esporte é o melhor caminho para ensinar as crianças a serem pessoas melhores, para eles se mostrarem como realmente são, sem máscaras”, disse Miki, depois de participar de uma roda com os alunos. Participaram da roda também os instrutores do projeto Ginga, que resulta de uma parceria entre a ONG De Peito Aberto e a rede municipal de ensino. O projeto atende mil jovens e crianças de outras duas escolas municipais, além da Francisco Leite e da Escola-Laboratório de Coutos: Escola Arlete Magalhães, em Castelo Branco, e Escola Laboratório (Escolab) da Boca do Rio. Miki, que tem o apelido Gafanhoto, está no Brasil pela quarta vez. Dessa vez, ele esteve em Salvador também para divulgar a exposição Capoeira com Tizitzit, que reúne fotos feitas por ele em Israel. A mostra começa hoje no Espaço Pierre Verger de Fotografia, no Forte de Santa Maria, no Porto da Barra, e segue até 28 de setembro, com entrada gratuita. As visitas podem ser feitas das 11h às 19h, de quarta a segunda. “São imagens diversas que, de alguma forma, conectam o mundo judaico ao Brasil, que revelam como o mundo é pequeno. Tem fotos de capoeira, tem cidades religiosas de Israel e tem também imagens da cultura judaica, mostrando, por exemplo, a roupa que usamos”, diz.