Colombiano visita espaços culturais e aponta ações para futuro de Salvador
ARTE E MUDANÇA Olhar atento, curiosidade e o desejo de conhecer a obra de um dos escritores baianos mais famosos. “A Casa de Jorge Amado é um oásis de brasilidade. Preservar, manter isso é tudo muito especial”, disse o colombiano Carlos Cadena Gaitán, antes de se despedir da capital baiana após participar da 8ª edição do Fórum Agenda Bahia, que aconteceu anteontem. O encantamento tem um motivo: o arquiteto e coordenador acadêmico do Centro de Estudos Urbanos e Ambientais da Universidade colombiana Eafit defende a capacidade da arte em tornar a cidade mais sustentável, sobretudo no que diz respeito à ocupação dos espaços públicos e à criação de espaços culturais abertos.
Ao trazer a experiência de Medellín, na Colômbia, ele apontou caminhos, como por exemplo, apostar na integração das ciclovias e de elevadores e bondes para ligar partes da cidade. “Por que não mais ‘Elevadores Lacerdas’ na cidade? Esse poderia ser um sistema, assim como nós na Colômbia temos o teleférico. Repito: sustentabilidade se constrói a partir de sistemas integrados”. Cadena fez questão de visitar também o Núcleo da Cultura Odebrecht e a Biblioteca Hertha Odebrecht, localizada no edifício sede da empresa, na Avenida Paralela. “Conhecer esta história da Odebrecht e explorar através disso como Salvador se urbanizou foi maravilhoso”, acrescentou. A companhia atuou diretamente nesse processo de mobilidade, com aproximadamente 800 obras realizadas em Salvador e Região Metropolitana, ao mesmo tempo em que entendeu a capacidade mobilizadora da cultura, ao patrocinar a publicação de 300 livros, entre eles, a coleção reimpressa das 30 obras de Jorge Amado (1994). “Nos encantou o pensamento de Cadena sobre a necessidade de criação desses espaços integrados de convivência no tecido da cidade”, disse o gerente de Comunicação da Odebrecht, Marcelo Gentil, que acompanhou Gaitán durante a visita.