Correio da Bahia

Entidades defendem juiz em caso de assédio sexual em ônibus

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SÃO PAULO O Instituto de Defesa do Consumidor (IDDD) e a Associação Paulista de Magistrado­s (Apamagis) saíram ontem em defesa do juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto, que liberou um homem acusado de ejacular em uma mulher, dentro de um ônibus na Avenida Paulista, na última terça-feira (29). Segundo a nota do IDDD, os ataques que o juiz está recebendo nas redes sociais são preocupant­es por “colocar em xeque a independên­cia judicial. O Judiciário não pode ficar refém da onda punitiva, que teima em colocar juízes sob suspeita toda vez que decidem a favor de um réu”, diz a nota. De acordo com o Instituto, a decisão do magistrado foi tomada após parecer favorável do Ministério Público. Já a declaração da Apamagis diz que o juiz foi atacado “de maneira covarde na internet e na mídia". Após a repercussã­o negativa do caso, internauta­s estão marcando encontros através das redes sociais para protestare­m contra o juiz. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), o juiz José Eugênio do Amaral Souza Neto avaliou que não era necessário manter o réu preso porque o crime se encaixaria no artigo 61 da lei de contravenç­ões penais e seria um ato ofensivo ao pudor. Segundo o TJ, a Polícia Civil não pediu a prisão preventiva do acusado e o MP se manifestou pela liberação. O acusado, Diego Ferreira de Novais, 27 anos, já foi preso três vezes por flagrante de estupro e tem 12 boletins de ocorrência por crimes sexuais. A família dele, no entanto, alega que ele sofre de problemas mentais e que a justiça deveria requerer a internação do rapaz.

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