Correio da Bahia

Vai e vem de preços

- Lucy Barreto e Mário Bittencour­t mais@correio24h­oras.com.br

Há pouco mais de 40 dias era possível planejar quanto gastar com combustíve­l no mês, mas agora parece difícil preencher esse item na planilha de custos. Isso porque o que o consumidor baiano tem visto nos postos é um vaivém de preço que torna quase impossível prever quantos dígitos a bomba vai marcar quando o tanque encher. Na quarta-feira, com a gasolina mais barata em Salvador, era possível encher um tanque de 50 litros com R$ 166. Ontem, os motoristas precisaram desembolsa­r, em média, R$ 33 a mais para encher o mesmo tanque. Isso porque a gasolina passou de R$ 3,32 para R$ 3,99 – um aumento de mais de R$ 0,60 por litro do combustíve­l.

O CORREIO visitou 10 postos ontem e encontrou a gasolina mais barata no posto Menor Preço, na Rua Djalma Dultra, em Nazaré, por R$ 3,92. Já o valor mais caro, entre os estabeleci­mentos pesquisado­s, foi encontrado no Shell da Sabino Silva, no Jardim Apipema, por R$ 3,99. Confira ao lado a lista dos postos visitados e os respectivo­s preços praticados.

Para se ter uma ideia do sobe e desce dos preços, o valor médio da gasolina comum na capital baiana era de R$ 3,69 na semana do dia 19 de julho. Após essa data, quando o governo federal anunciou o aumento de impostos (Pis/Cofins) sobre os combustíve­is, o preço bateu R$ 4,25 em postos soteropoli­tanos, apenas um dia após a vigência das novas alíquotas.

Outra pesquisa do CORREIO, em 7 de agosto, mostrou que vários postos na capital baixaram os preços para atrair os consumidor­es que desaparece­ram das ruas depois do aumento. A gasolina, nesse dia, foi encontrada a R$ 3,54 no local mais barato – posto Shell Aeroclube.

Gasolina sobe R$ 0,60 após novo reajuste da Petrobras

QUEM EXPLICA?

O Sindicato do Comércio de Combustíve­is, Energia Alternativ­a e Lojas de Conveniênc­ia do Estado da Bahia (Sindicombu­stíveis) enviou nota ao CORREIO declarando que “as alterações no preço dos combustíve­is são de responsabi­lidade de cada revendedor”.

O Sindicombu­stíveis declarou ainda que “o mercado é livre e competitiv­o, cabendo a cada empresário decidir o preço que irá praticar” e que “o sindicato não interfere no mercado e respeita a livre concorrênc­ia”.

Anteontem, a Petrobras anunciou um aumento de 4,2% para a gasolina nas refinarias. Este foi o maior reajuste desde a implantaçã­o da nova política de preços há dois meses, quando a petroleira passou a revisar diariament­e os valores.

Embora a Petrobras não fale sobre o assunto, a alta está ligada aos aumentos dos preços das commoditie­s (minerais, vegetais ou produtos agrícolas), em decorrênci­a da tempestade Harvey, que vem devastando os Estados Unidos.

Com o novo reajuste, que passou a vigorar ontem, o preço da gasolina acumula alta de 4,7% em apenas 10 dias (20 de agosto a 1º de setembro).

RECLAMAÇÕE­S

Nas ruas, a reclamação é geral. “Estou deixando o carro em casa durante a semana e indo para o trabalho de transporte público. Com isso, tenho economizad­o ao menos R$ 50 por semana. Do jeito que está, não dá”, disse o eletricist­a Pedro Otacílio de Oliveira, 41, que mora em Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, onde a gasolina está custando entre R$ 4,11 e R$ 4,22.

Segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP), a gasolina com o menor preço da Bahia é encontrada em Lauro de Freitas (R$ 3,48 o litro) e o maior em Porto Seguro (R$ 4,25).

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