Remédios de graça em 5 mil estabelecimentos
Com o marido diabético e hipertenso, a aposentada Neuza Santos, 60 anos, todo mês vai a uma unidade credenciada do programa Aqui Tem Farmácia Popular pegar, gratuitamente, os remédios que ele precisa para controlar as doenças. Se tivesse que pagar por eles, teria que desembolsar entre R$ 50 e R$ 100. Já dona Mariluce Meira, 53, vai sempre buscar o Atenolol e insulinas. “Quando não encontro o medicamento, costumo gastar mais de R$ 100 em uma farmácia normal”, disse. Na Bahia, existem 5.153 locais onde a população tem acesso a 842 tipos de remédios gratuitamente. Mas nem todo mundo sabe disso.
Os medicamentos são distribuído nas 3.875 unidades básicas de saúde (UBS), além das farmácias credenciadas no programa – são 1.278 unidades no estado. Em Salvador, podem ser encontrados nas farmácias básicas dos 126 postos de saúde da prefeitura e nos 192 unidades credenciadas do Aqui Tem Farmácia Popular. Na Bahia, atualmente, só há uma unidade própria do Farmácia Popular, que funciona no bairro do Bonfim.
Segundo informações do Ministério da Saúde, só este ano, mais de um milhão de atendimentos foram realizados na Bahia através do programa Aqui Tem Farmácia Popular. Ainda segundo o órgão, os remédios mais buscados são os de combate a asma, diabetes e hipertensão. A retirada pode ser feita mediante a apresentação de documento de identificação com foto, cartão do Sistema Único de Saúde (SUS) e receita médica emitida nos últimos 180 dias – as receitas de anticoncepcionais têm validade de um ano.
Ao todo, 842 tipos de medicamentos são distribuídos em toda a Bahia
VARIADOS
Os medicamentos são variados. Para asma, há o Brometo de Ipratrópio, Dipropriato de Beclometsona e Sulfato de Sabultamol. Contra diabetes, Cloridrato de Metformina, Gribenclamida, Insulina Humana. E, para combater a hipertensão, tem o Atenolol 25mg, Captopril 25mg, Cloridrato de Propanol 40mg, Hidroclorotiazida 25mg, Losartana Potássica 50 mg e Maleato de Enalapril 10mg.
A dona de casa Célia Lopes, 51, consegue imaginar o quanto seria difícil, todos os meses, comprar os medicamentos que a ajudam a controlar a pressão arterial. As duas caixas de hidroclorotiazida, de 25 mg, custam cerca de R$ 18 reais. Já uma caixa de Losartana sai por R$ 2,95.
O valor que para alguns pode ser pequeno, para ela, que vive com menos de um salário mínimo, aperta o bolso no final do mês. “Tomo diariamente, não posso ficar sem. Às vezes, vou em algumas farmácias e não consigo encontrar”, lamenta. Ela saiu do bairro do Chame-Chame e foi até o Dois de Julho pegar os remédios na Farmácia MultiMais.
O aposentado Manoel Ribeiro, 67, vive com uma renda maior. Tem renda de pouco mais de R$1 mil, mas quase metade do salário é gasto com medicamentos para tratar de uma úlcera. O problema é que eles não são encontrados em farmácias populares. Operado há dois anos de um problema