Correio da Bahia

O STF PODERIA CONGELAR OS MIMOS A JOESLEY

-

Até os mármores do Supremo Tribunal Federal sabem que o beato Joesley Batista estava grampeando conversas muito antes de ir ao Jaburu para sua tertúlia com Michel Temer. Eles também sabem que os Batista só foram à Procurador­ia-Geral porque temiam a chegada da Polícia Federal às suas casas. A repórter Monica Bergamo revelou que se juntaram novos áudios e documentos ao processo do acordo com o Ministério Público. O procedimen­to cheira a uma nova fuga para a frente. A esquisitic­e pode estar relacionad­a com pelo menos dois fatos: as confissões de novos colaborado­res e a iminente substituiç­ão da Procurador­ia-Geral com a qual ele acertou um acordo-girafa.

O melhor que

poderia acontecer seria o ministro Luiz Edson Fachin estender as negociaçõe­s com o beato, até que a procurador­a-geral Raquel Dodge e sua equipe possam saber onde a instituiçã­o pisa.

Batista já mostrou que tinha o que contar. Não contou tudo o que sabe e deixou lacunas. Uma delas foi a natureza e a tramitação de seus pleitos no BNDES. Ministros de Temer e parlamenta­res dizendo e fazendo o que não devem chegam a ser um bem-vindo arroz de festa, mas a pressa de Batista deveria ser esfriada, para que o conjunto faça maior nexo. Se todo os seus pleitos financeiro­s eram lisos, fica difícil entender por que distribuía tanto dinheiro.

Se os irmãos Batista quiserem começar tudo de novo, melhor assim, mas que seja para liberar o pacote inteiro, mesmo que seja necessário esticar prazos.

Surfando a onda do grampo do Jaburu, Joesley Batista ficou com a impressão de que foi bem-sucedido na construção do improvável personagem do empresário angelical rapinado por políticos larápios. Enganou-se, assim como estava enganado quando pensava que se livraria das investigaç­ões dos procurador­es de Rodrigo Janot.

 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil