Correio da Bahia

24h Segurança morto durante assalto pretendia mudar de emprego

- GIL SANTOS

SÃO LÁZARO O corpo do segurança Evandro Silva Lima, 48 anos, foi sepultado, ontem à tarde, no cemitério do Campo Santo, na Federação. Ele morreu depois de ser baleado na cabeça durante um assalto em frente à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), em São Lázaro, anteontem. Um guardador de carros - que, segundo a família, estava indo comprar pão - e outro vigilante também ficaram feridos. A polícia acredita que o objetivo dos bandidos era roubar as armas dos seguranças.

Segundo o cunhado de Evandro, o alinhador João Carlos Ferreira, ele trabalhava há mais de 10 anos como segurança, no mesmo posto em que foi morto, mas estava insatisfei­to com o trabalho:

“Ele era uma pessoa muito alegre e que não ficava se queixando da vida, mas já tinha comentado com a esposa que queria mudar de trabalho por causa dos atritos. Há algumas semanas, ele começou a distribuir curriculos à procura de um novo emprego”. Há 10 anos, Evandro trabalhava como chefe de reposição de uma empresa de material de construção, quando resolveu ser segurança. O cortejo com o corpo de Evandro saiu da Capela 5 do cemitério por volta das 16h30 e seguiu em silêncio. Emocionado, o filho do segurança se despediu com um beijo no caixão e o sepultamen­to aconteceu sob aplausos das mais de 100 pessoas presentes. Evandro deixou esposa e dois filhos: uma menina de 15 anos e um rapaz que faz 21 hoje. O diretor do Sindicato dos Vigilantes, Djalma Santos, disse que esse é o 10º vigilante assassinad­o na Bahia este ano: “O sindicato sempre está debatendo com os contratant­es e o governo do estado ações de sergurança para os trabalhado­res, como guaritas mais recuadas e à prova de bala. O local onde houve o caso é uma área de risco, onde os vigilantes ficam expostos”. A Fabesp, vinculada ao Governo do Estado da Bahia, informou que não se pronunciar­ia. Segundo o titular da 7ª Delegacia (Rio Vermelho), Antônio Fernando Carmo, responsáve­l pela investigaç­ão, nenhum representa­nte da empresa porcurou a unidade. O caso está sendo tratado como latrocínio.

“Os indícios são de que os bandidos estavam querendo as armas das vítimas. Eles conseguira­m levar um dos revólveres. Existem câmeras no local e as imagens estão sendo analisadas. Ouvimos algumas pessoas”, disse.

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