Trump encerra programa de proteção a filhos de imigrantes
ESTADOS UNIDOS O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, extinguiu o programa de Ação Diferida para os Chegados na Infância (Daca), criado pelo ex-presidente Barack Obama, e que protegia da deportação 800 mil jovens, todos filhos de imigrantes. O procurador-geral do país, Jeff Sessions, foi quem fez o anúncio do fim do programa sancionado em 2012. O Congresso agora terá de regularizar a situação dos jovens - conhecidos como “dreamers” (sonhadores) -, dentro de um prazo de seis meses. Na última sexta-feira (1º), o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, o republicano Paul Ryan, pediu a Trump que mantivesse o Daca, alegando que os jovens chegaram ao país ainda crianças, trazidos pelos pais imigrantes, e que eles não conheciam outra realidade que não a norte-americana e por isso não deveriam ser deportados para os países de origem de seus familiares. A decisão de Trump em extinguir o Daca gerou comoção e protestos no país. O fim do programa também foi criticado por empresas de tecnologia norte-americanas como Facebook, Apple, Google e Microsoft. Várias vozes do mundo empresarial já tinham pedido, na semana passada, por meio de uma carta conjunta, que os ‘dreamers’ não fossem deportados. Depois da decisão de Trump, vários empresários foram às redes sociais para criticar a medida. “É um dia triste para o nosso país. A decisão de encerrar o Daca não é só equivocada. É particularmente cruel oferecer o ‘sonho americano’ aos jovens, animá-los a deixar as sombras e confiar no nosso governo e, depois, puni-los por isso”, escreveu o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg. Já o diretor-executivo da Apple, Tim Cook, afirmou em carta enviada aos trabalhadores da empresa estar profundamente consternado com o fato de que 800 mil americanos, incluindo 250 funcionários da própria Apple, possam estar prestes a ser expulsos do país.