Maia pede apuração rápida dos fatos
O presidente da República em exercício, Rodrigo Maia, disse ontem que espera que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tome “decisões duras” em relação aos delatores da JBS e ao ex-procurador Marcelo Miller. Para Rodrigo Maia, o fato é “surpreendente” e deve ser apurado de forma “rápida”.
“A minha opinião é que ele vai tomar decisões duras contra essa relação do ex-procurador Marcelo com a JBS”, afirmou.
Para o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), responsável por conduzir a tramitação da denúncia de corrupção passiva apresentada contra Michel Temer, a possível anulação da delação da JBS pode “contaminar” outras informações prestadas pelos delatores, mas não deve invalidar as provas já apresentadas.
Para representantes da oposição, o fato não elimina as provas da primeira denúncia, nem impede a apresentação de uma nova acusação contra o presidente.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), defendeu que as investigações sejam profundas e cortem “na carne” de quem praticou “atos adversos”. O peemedebista aproveitou o anúncio do procurador-geral da República para criticar os vazamentos seletivos e pontuais à imprensa.
“Quando aconteceram primeiras delações, eu vim dizer que era contra os vazamentos. As investigações precisam ser bem feitas, concluídas e depois anunciadas”, afirmou o senador.
O presidente do Senado ainda aproveitou para criticar delatores que, segundo ele, estariam dispostos a contar “qualquer história” para não serem presos.