Correio da Bahia

24h Janot pede prisão de Joesley, Saud e ex-procurador Marcelo Miller

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BRASÍLIA O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido para prender o empresário e dono do grupo J&F, Joesley Batista, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo. O pedido ainda precisa ser analisado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte. Segundo apurou o jornal, Janot também pediu a prisão do diretor do J&F, Ricardo Saud, e do ex-procurador Marcello Miller. Em conversa entregue pela própria defesa da JBS, Saud e Joesley conversam sobre a suposta interferên­cia de Miller para ajudar nas tratativas de delação premiada. O ex-procurador ainda fazia parte do Ministério Público quando começou a conversar com os executivos, no final de fevereiro. Ele foi exonerado da instituiçã­o apenas em abril. Na segunda-feira, Janot abriu um procedimen­to de revisão do acordo de delação dos empresário­s. Ele vai pedir a revogação do benefício de imunidade penal concedido aos delatores. A prisão preventiva já vinha sendo analisada por Janot nos últimos dias. Anteontem, os executivos prestaram esclarecim­entos à PGR, mas não convencera­m. Para tentar desacredit­ar o conteúdo da gravação entre ele e Ricardo Saud, Joesley Batista se referiu ao diálogo como “conversa de bêbados”. A avaliação na instituiçã­o é de que o discurso era somente para manter a validade do acordo, mas os fatos narrados foram graves. No caso de Miller, há auxiliares de Janot que avaliam que ele atuou junto à JBS com uso de informaçõe­s privilegia­das que possui por ter integrado a equipe de Janot e pode ter incorrido no crime de obstrução de justiça e exploração de prestígio. Também ontem, a Justiça Federal homologou o acordo de leniência de R$

10,3 bilhões firmado entre o Ministério Público Federal (MPF) e o grupo J&F. Na homologaçã­o, no entanto, o juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara de Brasília, já fazia uma ressalva de que a eventual nulidade da delação dos executivos do grupo pode afetar o acordo da empresa. A decisão está em segredo de Justiça. A decisão de homologaçã­o menciona que, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) anule a delação dos executivos, a leniência pode ser rescindida. Do total de R$ 10,3 bilhões do acordo, R$ 8 bilhões serão destinados a “entidades e órgãos públicos lesados” pelos crimes cometidos.

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Joesley Batista tentou desacredit­ar conteúdo de gravação com Saud

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