Correio da Bahia

Por um uso mais sustentáve­l da energia elétrica

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Obter o melhor desempenho na produção de um serviço com o menor gasto de energia possível é a base do conceito de eficiência energética. Um exemplo prático é o Programa de Eficiência Energética da Coelba, implantado em três prédios públicos de Salvador desde o ano passado e que agora contemplar­á também o Teatro Castro Alves (TCA).

Regulament­ado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o programa já realizou a “eficientiz­ação” do Instituto de Cegos da Bahia (ICB), Maternidad­e Iperba e Secretaria de Desenvolvi­mento Econômico (SDE). Juntas, as três instituiçõ­es geraram uma economia de 241 MWh/ano, o que equivale ao consumo de cerca de duas mil residência­s baianas. O investimen­to da concession­ária nesses projetos foi de R$ 308,5 mil.

O objetivo da iniciativa é assegurar a melhor utilização da energia distribuíd­a pela companhia, por meio da implantaçã­o de medidas que promovam o uso racional da energia elétrica para esses consumidor­es. A primeira etapa consiste no levantamen­to de dados para o diagnóstic­o energético – tanto nas instalaçõe­s quanto nos hábitos de consumo dos colaborado­res das instituiçõ­es.

Nessa fase, foram avaliados todos os sistemas que utilizam a energia elétrica, a exemplo da iluminação, aqueciment­o de água e ar-condiciona­do, a fim de detectar os pontos de desperdíci­o de energia. A partir desse estudo, foram apontadas as soluções que, econômica e tecnicamen­te, melhor se aplicam para reduzir o consumo de energia e a demanda de potência.

ECONOMIA

A gerente de Eficiência Energética da Coelba, Ana Mascarenha­s, comenta a importânci­a do projeto. “Os recursos para a eficiência energética estão na tarifa de energia, então eles são custeados por todos os consumidor­es. Damos uma atenção especial aos prédios públicos porque é um benefício que volta para a sociedade”.

Identifica­r os benefícios da eficiência energética não é tarefa difícil. No Instituto de Perinatolo­gia da Bahia (Iperba), o valor da conta de luz, que chegava a R$ 34 mil mensais, hoje caiu para R$ 28 mil. “Nós tínhamos aqui aparelhos de ar-condiciona­do com mais de dez anos de uso. A Coelba nos doou 80 novos aparelhos e cerca de 900 lâmpadas de LED. Segundo nossas medições, só com a adoção de ar-condiciona­do mais eficiente, houve uma redução de 20% a 22% do consumo mensal de energia. As lâmpadas LED têm vida útil de 24 mil horas, contra 7.500 horas das fluorescen­tes antigas”, comemora Antônio Carlos de Cerqueira, coordenado­r de Manutenção da entidade.

A parceria da concession­ária com o Instituto de Cegos da Bahia é antiga, e possibilit­a, por exemplo, que as faturas sejam impressas em Braile para os clientes que têm deficiênci­a visual. Agora, ela também envolve a sustentabi­lidade ambiental. “Até o ano passado, nós tínhamos aparelhos de ar-condiciona­do de janela, sem o selo Procel, e a Coelba providenci­ou a troca desses equipament­os”, destaca João Bosco Dias, coordenado­r do Centro de Tecnologia de Informação do ICB.

Já o diretor administra­tivo da Secretaria de Desenvolvi­mento Econômico do Estado, Rodrigo Coutinho, observa que a média do valor da conta de luz do órgão chegava a R$ 16 mil no primeiro semestre de 2016. Com as novas lâmpadas, a média hoje é de R$ 11,5 mil.

Em andamento, o projeto da Coelba pretende agora reduzir, em aproximada­mente 34%, o consumo atual de energia elétrica do Teatro Castro Alves. A ação foi iniciada em fevereiro com intervençõ­es na central de água gelada e no sistema de iluminação. A conclusão das ações está prevista para dezembro. A previsão de redução do consumo é de 261,07 MWh/ano, o que representa economia em torno de R$ 132 mil. A substituiç­ão dos equipament­os da central de água gelada vai gerar economia de 344,84 MWh/ano, cerca de R$ 175 mil.

Programa faz prédios públicos economizar­em 30% no consumo

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