Terremoto no México deixa saldo de 96 mortos e 3 milhões afetados
DESTRUIÇÃO O saldo de mortos no terremoto de 8,2 graus na escala Richter, que atingiu o México na última quinta-feira, foi atualizado para 96, ontem, após a confirmação de novas vítimas na cidade de Oaxaca. Segundo Eduardo Sanchéz, porta-voz do governo mexicano, mais de dois milhões de pessoas foram atingidas pelo tremor na região sul do país, com cinco mil casas totalmente destruídas e mais 12 mil moradias atingidas na cidade de Juchitan, onde um terço das moradias foi considerado inabitável pela defesa civil local. Ainda de acordo com Sanchéz, o país se prepara para enfrentar uma crise humanitária, pois somente em Oaxaca, um milhão de pessoas precisam de água, comida, eletricidade e ajuda governamental para reconstruir suas casas. Em Chiapas, cidade mais próxima do epicentro do terremoto, outras 1,5 milhão de pessoas foram afetadas pelo tremor que já é considerado o mais forte a atingir o México desde 1932. O problema mais grave em Chiapas e na cidade de Tabasco, segundo um levantamento do jornal mexicano El Universal, é a falta de água potável, pois as linhas de abastecimento foram interrompidas por conta do terremoto. O México estava prestando ajuda humanitária às vítimas do furacão Harvey, que afetou a região do Texas, nos Estados Unidos, nas últimas semanas. Mas, diante dos problemas locais após o terremoto, os recursos foram redirecionados para socorrer os sobreviventes nas cidades mais atingidas. Com medo de novas réplicas do terremoto, a população das cidades mais atingidas está com medo de permanecer nos abrigos improvisados em escolas e centros comunitários, prefirindo dormir ao ar livre. No final de semana, autoridades locais afirmaram ter registrado quase 800 réplicas de várias intensidades desde o grande terremoto na quinta. Já o Serviço Geológico dos EUA contabilizou quase 60 réplicas com magnitude de 4,5 graus na escala Richter. Equipes de soldados e policiais federais armados com pás e marretas se espalham por bairros das cidades atingidas para ajudar a demolir os prédios condenados. Outros grupos distribuíam caixas com alimentos e há ainda uma força-tarefa fazendo buscas nos escombros. Em Juchitan, um hospital geral foi improvisado na quadra de basquete de uma escola. As aulas estão suspensas nessa cidade e também em Chiapas e Oaxaca, sem previsão de retorno.