O que comer?
O que comer para emagrecer? O que usar para aumentar massa magra? Como controlar o diabetes mellitus e a hipertensão? O que consumir para prevenir o câncer? O que fazer para ter mais saúde? Todos querem e devem buscar melhor qualidade de vida, controlar ou prevenir patologias e o corpo desejado.
Atualmente, com os recursos que a tecnologia nos oferece, temos acesso instantaneamente a informações variadas. Todos podem divulgar o que pensam, o que acreditam, o que estudam, suas pesquisas e opiniões. São blogueiros, vlogueiros, personal trainer, profissionais da área de saúde, etc. O fato é que se tem buscado as informações desejadas na mídia sem a preocupação em relação a veracidade e confirmação científica de tais dados.
Constantemente nos deparamos com o surgimento de mais uma “dieta da moda”. É dieta da proteína, é low carb, low carb hight fat, é jejum intermitente, dieta paleolítica, dieta cetogênica, dieta sem gordura. Enfim, todas essas dietas aparecem como se fossem o milagre em nossas vidas. É uma nova esperança de alcançar o tão almejado objetivo. Excluem-se determinado nutriente, acrescenta-se alimentos estranhos que não fazem parte da nossa cultura e, assim, vamos tentando alcançar o que precisamos ou sonhamos.
Existe ainda a propaganda dos alimentos e fitoterápicos “sobrenaturais”, aqueles que supostamente vão promover o emagrecimento, o aumento de músculos e/ou rejuvenescimento. Não existe esse nutriente com o poder de fazer mágica.
A nutricionista disse para comer tal coisa que é bom e não consumir determinado comida que causa doenças. Já o médico diz para retirar algo da dieta que atrapalha o tratamento. Vegetais tê m agrotóxico, animais confinados podem ter hormônios, nosso organismo não digere bem determinada substância, esse alimento não é para ser consumido por humanos, entre outras informações que surgem diariamente. E assim vão surgindo questionamentos quanto ao que é saudável.
Fruta passa a ser vilã, carboidrato passa a ser proibido, proteína é a solução e as gorduras são excluídas ou têm seu consumo indiscriminado. O que é isso gente? Muitos não sabem o que dizem quando falam: gordura faz mal, ou não como carboidrato. Quando orientamos, por exemplo, a evitar carboidrato, estamos nos referindo aos refinados, aos excessos, às comidas ultraprocessadas, e não ao consumo das raízes, dos vegetais, das frutas, dos cereais integrais, dos carboidratos de baixo índice glicêmico. Da mesma forma as gorduras. Necessitamos de gorduras sim! e não podemos excluí-las da nossa alimentação. Precisamos escolher quais fontes são mais adequadas. Assim como de todos os nutrientes.
O que mais vemos atualmente são produtos light, diet, sem calorias, sem lactose, sem glúten, zero isso ou aquilo. Alimentos cada vez mais industrializados, cheios de aditivos, adoçantes venenosos, conservantes, entre outras substâncias com nomes cada vez mais estranhos. Transformando os alimentos naturais em produtos com sabor artificial, nocivos e sem a sua principal função, que é de nutrir o corpo.
E aí o que eu faço? Não vamos comer mais nada? Nada pode? Uma alimentação completa deve ter todos os macronutrientes e micronutrientes em sua composição. A melhor dieta é a que podemos cumprir sem sofrimentos extremos e que conseguimos manter. É saber fazer as melhores escolhas. Retirar qualquer um dos macronutrientes é perigoso. Podemos diminuir ou evitar por um curto período determinado nutriente, mas eliminar do nosso hábito alimentar, não.
Para atender à individualidade de cada um, seus objetivos e necessidades nutricionais, procurem profissionais específicos da área, e não se contentem em acreditar em tudo que é divulgado nas redes, sem contestar e pesquisar.
E quanto à resposta para as perguntas iniciais desse texto, seria: coma comida de verdade. Termo também na “moda” hoje. Use alimentos encontrados na natureza, procurando formas de aproveitamento e preparo desde que preserve seus nutrientes, além de respeitar suas necessidades energéticas e fisiológicas. Vamos começar trocando os pacotes, latas e caixas por comida natural e consumir menos alimentos ultraprocessados.