Juiz manda investigação sobre ‘tesouro’ de Geddel para Supremo
FORO PRIVILEGIADO O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, decidiu ontem remeter ao Supremo Tribunal Federal a investigação sobre o “tesouro perdido” atribuído ao ex-ministro Geddel Vieira Lima preso na Papuda. O magistrado alegou em sua decisão que “há sinais de provas que podem levar ao indiciamento” do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB/BA), irmão de Geddel, pelo crime de lavagem de dinheiro. Conforme a Constituição, congressistas têm foro por prerrogativa de função e só podem ser alvo de inquéritos criminais que tramitem na Corte. Geddel está preso desde a semana passada na Papuda, por ordem de Vallisney. Caberá aos ministros da Corte deliberar se toda a investigação correrá na instância superior ou apenas a parte referente a Lúcio. A cúpula do PMDB formalizou ontem o afastamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima do partido por 60 dias. Ele está preso na penitenciária da Papuda, em Brasília, desde a semana passada. Geddel pediu licença de suas funções como primeiro-secretário da direção nacional da sigla. O ex-ministro já estava afastado da presidência do PMDB na Bahia desde julho. A licença de Geddel foi costurada com dirigentes do partido, em uma tentativa de isolar a crise aberta pela prisão do ex-ministro e amenizar a contaminação do presidente Michel Temer pelo episódio. O episódio também abriu caminho para o afastamento de outros integrantes do PMDB, como a senadora Katia Abreu (TO), por declarações públicas contra a cúpula do PMDB.