Correio da Bahia

‘Palocci agora é calculista’, reage defesa

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O advogado Adriano Bretas, que defende o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil - governos Lula e Dilma), reagiu ao depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem. Segundo o defensor, “Lula muda os adjetivos com relação às pessoas à mercê da conveniênc­ia dele”.

“Enquanto o Palocci mantinha o silêncio, ele era inteligent­e, virtuoso. Agora que ele começou a falar a verdade, passou a ser tido e havido como uma pessoa calculista, dissimulad­a. Dissimulad­o é ele que nega tudo aquilo que lhe contraria”, afirmou Bretas.

Na semana passada, Palocci rompeu o silêncio e entregou o ex-presidente, a quem atribuiu envolvimen­to com o que chamou de “pacto de sangue” com a empreiteir­a Odebrecht que previa repasse de R$ 300 milhões para o governo petista e para Lula.

Ontem foi a vez de Lula prestar depoimento. “O Palocci tem o direito de querer ser livre, tem o direito de querer ficar com o pouco do dinheiro que ele ganhou fazendo palestra, ele tem família. Tudo isso eu acho. O que não pode é se você não quer assumir a tua responsabi­lidade pelos fatos ilícitos que você fez, não jogue em cima dos outros”, afirmou Lula.

Ao iniciar o depoimento, o ex-presidente disse que “apesar de entender que o processo é ilegítimo e injusto”, pretendia falar. “Eu vi o Palocci mentir aqui esta semana”, disse Lula, acrescenta­ndo que viu atentament­e o depoimento de seu ex-ministro, que classifico­u como “cinematogr­áfico” e que parecia ter sido escrito por um roteirista de televisão. “Talvez eu seja a pessoa que mais queira a verdade neste processo”, disse ele.

Segundo a defesa do ex-ministro, “Quando os documentos são apresentad­os a ele (Lula), os documentos são falsos. Quando as provas são apresentad­as perante ele, as provas são mentirosas”, disse o advogado. “Quando as evidências são apresentad­as, as evidências não existem. Basta dizer que ele chegou a ter a pachorra, pasme, que se encontra muito raramente com o Palocci, a cada 8 meses. Só faltou dizer que não conhecia o Palocci.”

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