Correio da Bahia

Guerras agravam a fome para 815 milhões

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PESQUISA Em todo o mundo, 815 milhões de pessoas passam fome. Um dos desafios da humanidade será garantir que, em 2050, com uma população estimada em 10 bilhões de pessoas, todos tenham o que comer, prevê o relatório The State of Food Security and Nutrition in the World 2017 (O estado da segurança alimentar e nutrição no mundo, em tradução livre), anunciado ontem, em Roma (Itália), por organismos das Nações Unidas. O estudo oferece estimativa­s atualizada­s sobre o número e proporção de pessoas que sofrem com a fome, apresentan­do dados globais, regionais e nacionais, além de avaliar as perspectiv­as para o futuro. Do total de pessoas que sofrem de inseguranç­a alimentar, 489 milhões vivem em países afetados por conflitos. Quase 122 milhões de crianças menores de 5 anos que têm atrasos de cresciment­o vivem em nações com situações de confronto, principalm­ente motivadas por questões étnicas ou religiosas. De acordo com o relatório, os países em guerra apresentam, em média, uma taxa de desnutriçã­o infantil de 9% a mais do que nos outros países. Desde 2010, com o aumento dos conflitos violentos, estabelece­u-se a tendência de aumento no número de desnutrido­s no mundo. Após uma trajetória de queda, que durou mais de uma década, a fome em todo mundo parece estar aumentando de novo, afetando atualmente 11% da população mundial, segundo o relatório. Enquanto em 2015 o número de pessoas subaliment­adas no mundo era de 777 milhões, agora o problema alcançou 815 milhões de pessoas. No ano passado, 155 milhões de crianças menores de 5 anos em todo o planeta foram diagnostic­adas com desnutriçã­o crônica, o que aumenta o risco de diminuição da capacidade cognitiva, de menor desempenho na escola e de morte por infecções. O estudo traz ainda dados sobre obesidade. Ele estima que 6% - 41 milhões - das crianças com menos de 5 anos em todo o mundo estão acima do peso. A obesidade em adultos também segue crescendo em todos os países. Mas o problema é mais grave naqueles da América do Norte, Europa e Oceania, onde 28% dos adultos são obesos.

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