Correio da Bahia

Parte do acordo de delação de empresa é enviada para o STF

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LAVA JATO O acordo de delação de oito executivos da empresa foi enviado na noite de sexta (15) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao gabinete do ministro Edson Fachin, do Supremo. A delação da OAS vem sendo negociada há pouco mais de dois anos e relata pagamento de suborno e contribuiç­ões via caixa dois aos ex-presidente­s Lula (PT) e Dilma (PT), aos senadores Aécio Neves e José Serra, ambos do PSDB, e a aliados próximos ao presidente Michel Temer (PMDB). O acordo do principal delator da OAS, Léo Pinheiro, não faz parte desse pacote enviado ao Supremo. Também não foram enviados os documentos de dois acionistas que controlam o grupo, César Mata Pires Filho e Antonio Carlos Mata Pires. A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pela reportagem ontem. Os executivos cujos acordos serão analisados por Fachin cuidavam de pagamento de caixa dois. São considerad­os personagen­s menores na trama de corrupção da OAS. A delação da empresa é considerad­a compromete­dora para o ex-presidente Lula. Pinheiro disse em depoimento ao juiz Sergio Moro, num gesto para que seu acordo de delação fosse aceito, que o triplex de Guarujá (SP) era para o ex-presidente e que os recursos gastos na obra (cerca de R$ 2 milhões) saíram de um centro de custo que contabiliz­ava propinas pagas em contratos com a Petrobras. A declaração de Pinheiro supriu uma das principais lacunas da força-tarefa de Curitiba no caso do triplex: a ligação da obra no apartament­o com os recursos desviados da Petrobras. Não havia essa prova na apuração. Lula foi condenado a 9 anos e 6 meses de prisão no caso do triplex e recorre da decisão. A defesa do ex-presidente Lula alega que Pinheiro teria aceitado fazer as revelações sobre o triplex e incriminar Lula, de quem era amigo, para tentar escapar da prisão.

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