Correio da Bahia

Estudante denunciou problema ao CORREIO

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A estudante de Jornalismo Ana Caroline Abreu Ferreira, 23 anos, foi quem denunciou ao CORREIO a exploração sofrida pelas mulheres da fábrica de cachaça de Ilha Amarela. Antes disso, ela produziu um trabalho do primeiro semestre da Unifacs em que mostrou as condições precárias às quais as funcionári­as são submetidas no estabeleci­mento.

Uma das cinco mulheres, Leonice de Souza, é sua tia. “Descobri essa história porque eu ando aqui desde pequena. Há muito tempo que ele (Genival, proprietár­io da empresa) explora essas mulheres”, lembrou Ana. O trabalho intitulado Miserável Explorando Miseráveis detalhou as irregulari­dades trabalhist­as praticadas pela empresa.

“As condições de trabalho são desumanas. Lá só trabalha mulher, agora colocou um homem. Só que elas fazem tudo lá dentro. Embalam, enchem garrafas, rotulam, encaixotam e fazem a carga e descarga do caminhão”, conta Ana Caroline. A estudante, aliás, resolveu viver na pele a exploração. Tanto que chegou a trabalhar um dia na fábrica.

“Trabalhei um dia lá no Carnaval do ano passado, rotulando. É muito cansativo, até porque não tem banco pra sentar. A gente senta em cima de papelões ou senta no chão mesmo. Não tem equipament­os de segurança. Antigament­e, não tinha nem banheiro.” Ana Caroline acredita que a falta de estudo faz com que as mulheres continuem trabalhand­o ali. “São semianalfa­betas. Aceitam isso, porque não têm estudo, não conhecem direitos.”

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Representa­ntes do MPT e da SRT dizem aos funcionári­os que eles devem continuar recebendo salário

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