Polícia sabia que havia risco de confronto ontem na Rocinha
GUERRA DE FACÇÕES Autoridades policiais admitiram ontem que sabiam que poderia haver um confronto entre traficantes na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio, no domingo. O enfrentamento deixou pelo menos três suspeitos mortos e três moradores feridos na comunidade. O porta-voz da Polícia Militar do Rio, major Ivan Blaz, disse que a PM não agiu com mais força para acabar com o confronto porque a intervenção poderia vitimar moradores. Já o delegado titular da 11ª Delegacia de Polícia (Rocinha), Antônio Ricardo, acrescentou não saber que o confronto, de cinco horas, “teria esta proporção”. Traficantes da facção Amigo dos Amigos (ADA), que domina o morro, se enfrentaram no domingo. Pelo menos três suspeitos morreram e três moradores ficaram feridos. Dois corpos foram encontrados por policiais, decapitados e carbonizados, ontem. Ao menos dez carros com criminosos invadiram a Rocinha. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram viaturas da PM paradas, enquanto os bandidos fugiam. Em resposta ao confronto, as Polícias Civil e Militar promoveram uma operação na favela. Quatrocentos policiais participaram da ação, que prendeu dois suspeitos. Um homem morto teria sido encontrado com uma pistola. As unidades escolares da região não abriram e 3.188 alunos ficaram sem aulas, segundo a Secretaria Municipal de Educação.