Correio da Bahia

Rocinha enfrenta quatro horas de horror

- Donaldson Gomes e agências donaldson.gomes@redebahia.com.br

Tiroteio provoca fechamento de ruas, escolas e unidades de saúde

O conflito na favela da Rocinha – que começou no último domingo como uma disputa entre traficante­s e chegou a ser menospreza­do pelas forças de segurança do Rio de Janeiro – parou a capital carioca ontem. Um intenso tiroteio com duração de quatro horas provocou o fechamento da estrada Lagoa-Barra e do túnel Rafael Mascarenha­s, deixou um morador baleado, além de ter provocado o fechamento do comércio, unidades de saúde e escolas da região.

A situação só começou a se normalizar à tarde, com a chegada de unidades do Exército. Mas antes disso, a crise na Rocinha expôs as fragilidad­es do sistema de segurança pública do Rio. A intensa troca de tiros se iniciou a partir das 9h30, quando os policiais da tropa de choque cercaram um grupo de criminosos em uma área de mata da comunidade.

Durante o confronto, o morador Luciano Monteiro Marques foi atingido por uma bala perdida. Levado para um hospital na Gávea, segue hospitaliz­ado com quadro estável. A vítima teria sido atingida durante um ataque à base da Unidade de Polícia Pacificado­ra (UPP) da favela.

Nas redes sociais, os moradores relataram o clima de medo. Pelo menos dois mil estudantes da rede municipal de educação ficaram sem aulas.

Até o espaço aéreo da região que abriga a maior favela do Brasil, com mais de 70 mil habitantes, foi bloqueado.

Em um dos vídeos compartilh­ados por moradores é possível ver barricadas em chamas. De longe, vários pontos de fumaça podiam ser vistos na Rocinha. Mais cedo, um ônibus foi incendiado na Av. Niemayer. De acordo com in-

FORÇAS ARMADAS

As Forças Armadas começaram a chegar na favela da Rocinha por volta das 15h30 de ontem. As tropas vão patrulhar o entorno da comunidade para liberar homens da Polícia Militar na região. O governo federal destacou durante a tarde 950 soldados das Forças Armadas, além de 10 blindados, para atuar no local, a pedido do governo do Rio.

Apesar do clima tenso com a chegada dos militares, não houve registros de tiroteios na parte baixa da favela durante sua chegada. Os homens estão se posicionan­do nos acessos à Rocinha. Dentro da comunidade, equipes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) realizam incursões na comunidade em busca de bandidos que participar­am da guerra entre facções no domingo.

 ??  ?? Tiroteio começou pela manhã e durou 4 horas
Tiroteio começou pela manhã e durou 4 horas
 ??  ?? Soldados das Forças Armadas se posicionar­am nos acessos da Rocinha para dar proteção aos policiais
Soldados das Forças Armadas se posicionar­am nos acessos da Rocinha para dar proteção aos policiais

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil