Extrema-direita promete oposição ‘construtiva’
ALEMANHA Líderes do partido nacionalista e contrário à imigração Alternativa para a Alemanha (AfD) se comprometeram ontem a usar seu terceiro lugar na eleição do país para conduzir uma oposição “construtiva”. Além disso, tentaram rechaçar os temores levantados por grupos judaicos sobre a entrada da sigla no Parlamento. Disputas internas de longa data no topo do partido, porém, ressurgiram. Uma das líderes do AfD, Frauke Petry abandonou a entrevista coletiva da sigla, o que causou incômodo nos demais dirigentes. “Um partido anárquico pode ter sucesso na oposição, mas não pode fazer uma oferta de credibilidade aos eleitores para o governo”, afirmou Petry, antes de abandonar a sala. Outro dirigente, Joerg Meuthen pediu desculpas “em nome do partido” pelo episódio, que segundo ele “não foi discutido conosco”, antes de mudar de assunto. Os principais partidos da Alemanha recusam-se a se aliar ao AfD. Somando-se a cadeira levada por Petry, a sigla de extrema-direita deve ter 94 das 709 vagas no Parlamento. Ainda ontem, Weidel pediu que Petry deixasse o partido para “evitar mais problemas”. Segundo ele, o abandono por ela da entrevista coletiva foi “difícil de superar em questão de irresponsabilidade”. Gauland, por sua vez, insistiu que o partido não tem nada que possa afetar os judeus que vivem na Alemanha. Ele também minimizou a preocupação de que a ascensão do AfD esteja ligada a uma guinada à direita na Europa e nos EUA. Segundo ele, a sigla alemã tem uma “relação mais próxima” apenas com o Partido Liberdade, sigla de direita da Áustria.