Correio da Bahia

Macron propõe criação de força europeia

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FRANÇA O presidente da França, Emmanuel Macron, propôs ontem a criação de uma “força comum de intervençã­o” europeia até 2020, que contaria com orçamento próprio e uma “doutrina comum”. A proposta faz parte do que ele qualificou como os “seis temas-chave da soberania” e foi anunciada em discurso solene na Universida­de Sorbonne, em Paris. No evento, o presidente francês também delineou outros componente­s de sua visão de reforma da União Europeia (UE), que será negociada com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, recém-eleita para um quarto mandato. Estão entre as ideias do chefe de Estado francês a criação de um orçamento dos países da zona do euro, sob a gestão de um Ministério Europeu da Economia e o controle de um Parlamento formado por deputados de países-membros do grupo que adota a moeda comum. O chefe de Estado francês iniciou seu discurso fazendo referência indireta à votação do partido de extrema direita Alternativ­a para a Alemanha (AfD), que obteve 12,6% dos votos nas eleições de domingo e elegeu 96 deputados ao Parlamento, algo inédito desde 1945. “Nós deixamos a dúvida se instalar. Deixamos se instalar a ideia de que a Europa é uma burocracia impotente. Deixamos de propor”. Sobre os temas-chave descritos por Macron, o primeiro foi justamente a segurança, sobre o qual propôs a criação de um quadro de operações militares e de inteligênc­ia conjunto na UE, para superar o que definiu como “falta de cultura estratégic­a comum”. “Eu proponho acolher em nossos Exércitos nacionais militares que virão de todos os países europeus voluntário­s, para trabalhar em inteligênc­ia e apoio às operações”. Além de Defesa, Macron propôs a criação de um Ministério Público Europeu, com a missão de enfrentar o terrorismo e a criminalid­ade em nível continenta­l. O segundo tema foi o controle da migração. A ideia é que a UE disponha de um Escritório Europeu de Asilo, com o objetivo de harmonizar os procedimen­tos nacionais e garantir que a política de cotas de imigração, criada por Bruxelas em 2015, bem implementa­da, seja respeitada.

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