Correio da Bahia

Em dia histórico, Rússia destrói último lote de armas químicas

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PÓS-GUERRA FRIA A Rússia destruiu ontem seu último lote de armas químicas em uma cerimônia que foi acompanhad­a por uma delegação da Organizaçã­o Internacio­nal para a Proibição das Armas Químicas (Opaq). “Se pode dizer, sem criar alarde, que é realmente um acontecime­nto histórico, levando em conta os arsenais de armas químicas que herdamos dos tempos soviéticos, com os quais poderíamos destruir várias vezes toda a vida da Terra”, disse o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em videoconfe­rência com a usina Kizner, na região russa de Udmurtia. Segundo a agência de notícias russa Interfax, foram destruídas no total 39.967 toneladas de armas químicas. O chefe do Kremlin destacou que a Rússia cumpriu com os seus compromiss­os para a destruição de todas suas armas químicas três anos antes do previsto. Inicialmen­te, o governo russo tinha previsto destruir todo seu arsenal químico em 2012, mas devido à falta de financiame­nto, teve de adiar o plano até este ano.

Segundo o presidente russo, esse é “um grande passo para um mundo mais equilibrad­o e mais seguro”. Putin lembrou que a Rússia foi um dos primeiros países a assinar a Convenção sobre Armas Químicas, em vigor desde 1997, e sublinhou o esforço econômico que custou a destruição de todos os arsenais. À época, Moscou declarou possuir 40 mil toneladas de agentes químicos. A Convenção sobre Armas Químicas previa que os 188 países signatário­s (entre os quais não figura a Coreia do Norte) destruiria­m todo seu armamento químico antes de abril de 2012. Um desses países são os Estados Unidos, que assim como a Rússia, acumularam grandes reservas de armas químicas durante a Guerra Fria. Os Estados Unidos estabelece­ram o prazo de 2023 para a destruição total das suas reservas. Vladimir Putin sublinhou, nas suas declaraçõe­s, que os EUA “infelizmen­te não cumprem as suas obrigações” neste tema. Segundo o Kremlin, a eliminação do armamento foi feita em cerimônia na região russa dos Urais e contou com supervisão remota do presidente Putin por videoconfe­rência.

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