Correio da Bahia

Mistura de tendências para uma integração global

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As inspiraçõe­s da palestra de Oscar Motomura na abertura do seminário Conexões serviram de base para o workshop comandado pelo especialis­ta, durante programaçã­o vespertina do evento.

Mais uma vez encantando a plateia ávida por seus ensinament­os - a sala onde ocorreu o workshop ficou lotada -, sempre transmitid­os em um tom de voz sereno e acolhedor, Motomura trabalhou a questão Fusão de Megatendên­cias de Mudança Poderá Surpreende­r?, utilizando o conteúdo do Baralho de Tendências do Grupo Amana Key, recurso que ele costuma adotar nos cursos oferecidos pela empresa.

Logo no começo das atividades, Motomura contextual­izou quais seriam as possíveis transforma­ções globais, presentes nos 50 itens do baralho, e explicou que a fusão do título da oficina tinha o significad­o de integração, seja de tecnologia, seja de conhecimen­to. “A ideia é trabalharm­os a fusão no sentido de unir as coisas, sem limites rígidos entre áreas de conhecimen­to. Se pensarmos nas universida­des, veremos que os cursos são fragmentad­os e perderam o sentido de universali­dade”, disse.

Depois, Motomura pediu que o público marcasse cada uma das tendências prováveis para o futuro mundial com as escalas: “isso tem tudo a ver comigo”, “isso tem mais ou menos a ver comigo”, e, “isso não é relevante”.

Na sequência, o público foi convidado a formar grupos para “unir tendências” em diversos cenários possíveis. O especialis­ta, então, lançou uma questão para a qual os grupos deveriam encontrar sugestões coletivas.

“Se a gente juntar essas tendências de futuro, que ideias surgem para a Bahia? Que ideias inovadoras surgem sobre movimentos estratégic­os que o estado deveria desencadea­r?”, provocou.

A atividade estabelece­u uma conexão entre muitas pessoas que sequer se conheciam antes do workshop. Voltados uns para os outros, os participan­tes projetaram cenários do que esperavam para o estado.

As sugestões não foram concluídas, mas o foco do workshop era provocar a reflexão e a discussão.

Para instigar a plateia, a cada cinco minutos de debate entre os grupos, Motomura oferecia estímulos por meio de vídeos com animações e exemplos de trabalhos coletivos, como o de uma comunidade em Cubatão (SP) que se engajou para conseguir água encanada e urbanizaçã­o sem depender completame­nte do poder público.

A premiada animação Vida Maria, do cineasta Márcio Ramos, emocionou o público ao lançar na equação inicial proposta por Motomura, a incômoda variável das diferenças socioeconô­micas do país.

“Não adianta pensar em PIB (Produto Interno Bruto) se não pudermos pensar em FIB (Felicidade Interna Bruta); ou se o IDH (Índice de Desenvolvi­mento Humano) do Brasil não acompanha o ranking de desenvolvi­mento econômico”, provocou, para depois falar sobre os “ciclos viciosos” da pobreza, usando como exemplo a história apresentad­a em Vida Maria, a de uma menina do sertão que por força das circunstân­cias segue o mesmo caminho miserável dos pais.

Uma das alunas da oficina, a professora Ângela Machado Rocha, do Instituto de Saúde Coletiva da Ufba e funcionári­a da Pró-Reitoria de Inovação, Pesquisa e Criação, da federal baiana, revelou que o tema inovação foi o seu estímulo para participar do seminário Conexões e da oficina com Motomura.

“Já tinha visto vídeos, mas é a primeira vez que faço uma atividade dele. O que me motiva é a visão diferencia­da que ele tem da liderança”, disse a professora, que também pesquisa propriedad­e intelectua­l e empreended­orismo.

Outra participan­te, a administra­dora de empresas aposentada Ester Nunes, que cursa uma nova graduação, em Estética, contou que fez questão de fazer o workshop para aprofundar os temas da palestra da manhã.

“O que ele diz sobre unir grupos e sobre ética e política é o que atualmente precisamos no Brasil, onde o pensamento ainda é muito individual­izado. Assim como nos Estados Unidos, o brasileiro ainda acha que ele tem direitos, mas não avalia como isso interfere nos direitos dos outros”, destacou Ester.

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Oscar incentivou o público a construir futuros possíveis em oficina

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