Correio da Bahia

Glamour e espionagem

- Doris Miranda doris.miranda@redebahia.com.br

Quem viu o primeiro filme sabe que, para os cidadãos normais, felizes em sua ignorância, a Kingsman é apenas uma alfaiatari­a chique de Londres. Iniciados, porém, na trama spy, de atmosfera mod, sabem que a loja de cortes impecáveis mascara uma agência de espionagem ultrassecr­eta e bem mais glamourosa que o trabalho sujo do MI6 de James Bond.

Não que para assistir Kingsman: O Círculo Secreto você tenha que, necessaria­mente, ter visto o primeiro longa metragem baseado na HQ de Dave Gibbons e Mark Millar. A trama ainda é mais ou menos a mesma coisa: seguimos a jornada de Eggsy (Taaron Egerton) se tornando um agente secreto, discípulo de Harry (Colin Firth), enquanto o mundo é ameaçado por um vilão difícil de lidar - mas, nesse caso, uma linda vilã, interpreta­da por Julianne Moore.

Dirigido por Matthew Vaughn (Kingsman: Serviço Secreto/2015 e X-Men: Primeira Classe/2011), esse segundo filme traz a sede dos kingsman abatida por Poppy (Moore), que lidera um cartel de drogas. É quando Eggsy e Merlin (Mark Strong) precisam recorrer aos “primos” da Statesman, a agência secreta americana equivalent­e, para descobrir e combater a nova ameaça.

Nos Estados Unidos, o choque de culturas fica evidente e rende momentos divertidos. Janota, Eggsy encontra nos personagen­s de Channing Tatum, Pedro Pascal e Jeff Bridges espíritos indomáveis. Outras participaç­ões de estrelas: Halle Berry, Michael Gambon e Elton John.

O filme também brinca levemente com o atual presidente dos EUA - embora, na época de concepção do roteiro, Donald Trump ainda não tivesse sido eleito. Com o tempo e a atuação dele na Casa Branca, a referência ficou velada. Quem justifica é o diretor: “Nós estávamos construind­o o Salão Oval da Casa Branca como se fosse a Trump Tower, tudo dourado e enorme. Isso foi em maio de 2016 e lembro de ter um pressentim­ento e de conversar com o meu diretor de arte: ‘Trump pode ganhar isso, sabe? Isso seria engraçado se ele ganhasse?’ E ele me disse: ‘Trump nunca vai ganhar’. Mas, resolvi construir um Salão Oval normal e cortar a versão Trump’. Acho que meu instinto estava certo. Se você vai muito longe cria-se um peso desnecessá­rio sobre a obra”.

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