Sem Lula na disputa, Bolsonaro lidera intenções de votos para 2018
PESQUISA Faltando quase um ano para as eleições de 2018, a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue como a principal incógnita para a próxima corrida presidencial. Líder nas pesquisas de intenção de voto até aqui, o petista aguarda o julgamento do caso tríplex no Tribunal Regional Federal da 4ª região. Se sua condenação for confirmada na 2ª instância, ele vira ficha-suja e fica impedido de concorrer ao pleito. A ausência de Lula no páreo embaralha o cenário eleitoral e, segundo nova sondagem do Instituto Paraná Pesquisas, abre espaço para a consolidação do deputado
Jair Bolsonaro (PSC). Com Lula na disputa, o petista teria 26,6% das intenções de votos, enquanto Bolsonaro ficaria com 18,5%. Sem o ex-presidente na disputa, Bolsonaro lidera em todos os cenários com uma vantagem de até cinco pontos percentuais contra Marina Silva (Rede), que ficou em segundo. O número de brancos, nulos e indecisos, por outro lado, estão empatados tecnicamente com os votos declarados para o ex-deputado federal — cujo desempenho permanece o mesmo com ou sem a presença de Lula. Fato que sugere um possível teto das intenções de voto para o candidato e uma janela de oportunidade para a ascensão de outros nomes conforme se aproxima o pleito. Apesar da liderança do deputado federal, o estudo pondera que seis candidatos teriam reais chances de vitória, segundo texto da revista Isto é, que encomendou a pesquisa. Os números também confirmam, em certa medida, a hipótese levantada pelo economista Eduardo Gianetti da Fonseca, no início de agosto. Segundo Gianetti, se Lula for candidato à presidência, a tendência é de uma disputa polarizada entre esquerda e direita — a exemplo do que aconteceu em 2014. Sem Lula, o que deve acontecer, na visão dele, é uma campanha pulverizada, mais parecida com a de 1989. Nesse cenário, facilmente, candidatos iriam para o segundo turno com 20% dos votos. O que significa, praticamente, uma nova eleição na segunda rodada de votos. A ex-senadora Marina Silva seria, segundo a pesquisa, a principal beneficiada pela saída de Lula da corrida. Nos cenários em que o ex-colega de partido aparece, a candidata da Rede não passa dos 9,8% das intenções de voto. Sem Lula, seu desempenho sobe para 15,4% e ela fica na segunda posição. Aspirante convicto dos votos de Lula, o pedetista Ciro Gomes cresce cerca de 3 pontos percentuais na pesquisa com a ausência de petista. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), provável herdeiro oficial do ex-presidente, não passa dos 4% das intenções de voto. Agora, sem Lula, o número de brancos e nulos subiria até 8 pontos percentuais e alcançaria os 22% das intenções. Protagonistas de uma espécie de guerra fria dentro do
PSDB, o prefeito de São Paulo, João Doria, e o governador do estado, Geraldo Alckmin, também foram avaliados. Em todos os cenários, Doria supera seu padrinho político. Com Lula, Doria aparece com 11,5% das intenções de voto contra 8,4% de Alckmin.
Sem Lula, o desempenho é de 13,5% e 9,7%, respectivamente.