Correio da Bahia

Jogo embolado em quatro municípios

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de Antonio Elinaldo. Além dele, no grupo de Neto também estão os ex-prefeitos Helder Almeida (DEM) e José Tude (PMDB), atual vice.

Do outro lado, está o grupo liderado pelo deputado federal Luiz Caetano (PT) e que conta também com o ex-prefeito Ademar Delgado (PCdoB). Mesmo rompidos, eles devem seguir unidos para buscar a reeleição de Rui. Ademar, contudo, teve rejeição de cerca de 70% da população, segundo pesquisas feitas no final do mandato, e há dúvidas na própria base governista sobre o tamanho do apoio dele.

Em Lauro de Freitas, o governador tem ao seu lado a prefeita Moema Gramacho (PT) e o vice-governador João Leão (PP), além da deputada estadual Mirela Macedo (PSD). Já Neto conta com o ex-vereador Mateus Reis (PSDB), derrotado ano passado na corrida pela prefeitura. O empresário Teobaldo Costa (PSDB) é outro cabo eleitoral do democrata no município. Influente na cidade, Teobaldo cogita uma candidatur­a a deputado.

Em Teixeira de Freitas, no Extremo-Sul, as principais lideranças também já escolheram em que lado vão jogar. Apesar do bate-chapa na eleição passada, o prefeito Temóteo Brito (PSD) e seu antecessor João Bosco (PT) vão aderir a Rui. A ex-vereadora Marta Helena (PSDB), que também concorreu em 2016, e o deputado federal Uldurico Júnior (PV) sinalizara­m apoio ao candidato da oposição.

OTIMISMO

Aliados de Rui e Neto adotam o mesmo discurso de que o cenário é favorável a ambos, mas ponderam que ainda é cedo para fazer prognóstic­os no filé do interior. O deputado federal José Carlos Aleluia, presidente estadual do DEM, vê vantagem de Neto mesmo nas cidades governadas por aliados de Rui. “O povo está farto do PT na Bahia. Estamos presentes e fortes nas principais praças”, diz o parlamenta­r.

O senador Otto Alencar, presidente estadual do PSD e um dos principais articulado­res do governo, é mais ponderado. “O cenário muda por minuto. Muita coisa pode acontecer até lá”, avalia. Otto ressalta que os prefeitos só vão transferir votos para o aliado – seja Neto ou Rui – se estiverem bem avaliados. Caso não, a liderança da oposição leva vantagem.

Ao contrário dos outros anos, o senador acredita que a eleição nacional não terá grande influência na estadual. “Nenhum candidato a presidente deve ultrapassa­r os 30% no primeiro turno, vai ficar todo mundo no mesmo bolo”, afirma Otto.

A vantagem de Rui, para o senador, é a boa avaliação, aliada aos apoios nos municípios. “A crise, embora profunda, foi contornada pelo governador aqui”, acrescenta. Aleluia, por outro lado, diz que cresce o movimento de adesão a Neto entre lideranças das principais cidades baianas e que o prefeito, inclusive, tem sido procurado por elas.

“Ele está crescendo. É preciso organizar a agenda dele, porque ele também tem a cidade para governar. O povo quer mudar, e isso é evidente. A inseguranç­a na Bahia vai acabar com o governo Rui”, pontua o deputado. Enquanto na maioria das cidades os palanques já estão montados, em outras a disputa pelo apoio das lideranças segue intensa. Na região Sul, por exemplo, a batalha em Itabuna é a mais embolada. O prefeito Fernando Gomes (DEM) rompeu com a oposição, reclamando que não recebeu apoio do partido nas eleições de 2016, e se aproximou do PT, mas diz que seu partido é Itabuna. No entanto, sinaliza adesão ao governador Rui Costa.

Também por lá, o médico Antonio Mangabeira (PDT), candidato derrotado por Gomes no ano passado, fez o caminho inverso: deixou a base governista e anunciou que vai marcar com ACM Neto na corrida pelo Palácio de Ondina, com aval do PDT.

Na cidade, Rui ainda tem com ele o ex-prefeito Geraldo Simões (PT) e o deputado federal Davidson Magalhães (PCdoB), também derrotados por Fernando Gomes em 2016. Já Neto tem ao seu lado o ex-prefeito Capitão Azevedo (PTB) e o deputado estadual Augusto Castro (PSDB), outros que disputaram a prefeitura no ano passado.

Em Ilhéus, o cenário ainda é indefinido. O prefeito Mário Alexandre (PSD), filho da deputada estadual Angela Sousa (PSD), está com o governador, assim como o ex-prefeito Jabes Ribeiro (PP). O deputado federal Bebeto Galvão (PSB) é considerad­o uma incógnita, em função dos rumores de sua mudança de legenda. Ele pode ir para o Solidaried­ade, aliado ao DEM na Bahia. O ex-vice-prefeito Cacá Colchões (PP), candidato derrotado em 2016, é outro considerad­o indeciso, apesar da ligação com Jabes.

O ex-vereador e candidato derrotado em 2016 Cosme Araújo (PDT) também diz que ainda não se decidiu. No entanto, a aliados, confidenci­a que tende a apoiar Neto, caso tenha aval do partido.

Em Jequié, a disputa segue o mesmo tom. O prefeito Sérgio da Gameleira (PSB), mesmo sendo da base governista, ainda não decidiu para que lado vai seguir, mas pode se aliar ao DEM por atritos com o PT durante a sucessão. A insatisfaç­ão do prefeito tem origem na interferên­cia feita pela primeira-dama do estado, Aline Peixoto, que é da cidade. O front de Neto já conta com o médico Fernando Vieira (PV), derrotado em 2016, e o deputado estadual Leur Lomanto Júnior (PMDB).

Em Jequié, o palanque do governador já conta com o candidato do PDT derrotado em 2016, Tadeu Cafezeiro, com o deputado estadual Euclides Fernandes (PDT) e com o deputado federal Roberto Britto (PP), todos com origem em Jequié.

Já em Juazeiro quem ainda não tem posição é o ex-prefeito Joseph Bandeira (SD), que mantém conversas com o DEM. Se ele confirmar o apoio, se junta a dois nomes com força na cidade: Charles Leão (PPS) e Wank Medrado (PMDB). No município, Rui tem no time o prefeito Paulo Bomfim (PCdoB) e o ex-prefeito Isaac Carvalho, também da sigla comunista. Os deputados estaduais Zó (PCdoB) e Roberto Carlos (PDT), além do ex-deputado Pedro Alcântara, completam a lista de aliados do PT.

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