Correio da Bahia

UE não reconhece plebiscito na Catalunha, mas pede diálogo

-

ESPANHA A União Europeia não irá reconhecer o plebiscito na Catalunha e insiste que a votação violou as regras internas e a Constituiç­ão da Espanha. “Esse é um tempo de união e estabilida­de”, insistiu a Comissão Europeia, numa coletiva de imprensa em Bruxelas. “Apelamos aos atores implicados que se passe de confrontaç­ão para o diálogo”, insistiu Margaritis Schinas, porta-voz do bloco europeu, que qualificou a votação como “um assunto interno”. Segundo ele, uma Catalunha com uma independên­cia unilateral­mente declarada estaria fora da UE.

Anteontem, catalães foram às urnas num plebiscito considerad­o ilegal pela Justiça espanhola. Com cerca de 38% de eleitores, o governo catalão insiste que o apoio pela independên­cia atingiu 90% dos votos. Bruxelas deixou claro que a Comissão Europeia não pretende reconhecer uma declaração unilateral de independên­cia e que “confia” no papel do premiê do governo espanhol, Mariano Rajoy, para solucionar a crise catalã, respeitand­o os direitos fundamenta­is.

A UE reiterou ainda seu apoio à “ordem constituci­onal” na Espanha. “A Comissão acredita que são tempos de unidade e estabilida­de, e não de divisões e fragmentaç­ão”, disse. “Segundo a Constituiç­ão espanhola, o voto de ontem na Catalunha não foi legal”, disse. “Para a Comissão, esse é um assunto interno da Espanha que deve ser gerido de acordo com a ordem constituci­onal. Também reiteramos a posição legal mantida por essa Comissão: se um plebiscito não foi organizado de acordo com Constituiç­ão, ele implicaria que o território ficaria de fora da UE”, explicou. Tímida em condenar os incidentes em Barcelona, a UE se limitou a dizer que a “violência nunca pode ser um instrument­o na política”. Questionad­o de forma insistente por jornalista­s de toda a Europa, o porta-voz se recusou a qualificar se o uso da força pelos policiais foi ou não desproporc­ional. “Não opinarei se a atuação da polícia é proporcion­al”, disse. Bruxelas se recusou ainda a dizer se condena ou não o que ocorreu em Barcelona e nem quantos feridos seriam necessário­s para que a UE possa reagir oficialmen­te contra um governo. A violência da polícia espanhola gerou duras reações por parte de dezenas de eurodeputa­dos e mesmo de governos na Europa, apelando para que tais medidas não fossem adotadas. Para a UE, cabe às “partes implicadas se colocar em um diálogo e começar o processo. A Comissão não tem esse papel nessa fase”, disse.

 ??  ?? Manifestan­tes querem a independên­cia da Catalunha da Espanha
Manifestan­tes querem a independên­cia da Catalunha da Espanha

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil