Correio da Bahia

O pior da história

- Clarissa Pacheco, com agências mais@correio24h.com.br

A triste trama do ataque a tiros mais mortal da história dos Estados Unidos começou às 22h08 de anteontem, horário local em Las Vegas (Nevada), da janela do 32º andar de um dos mais famosos cassinos da cidade. Foi de um dos quartos do Mandelay Bay, que fica na principal rua da maior cidade de Nevada, que foram disparados os tiros que mataram 59 pessoas, feriram 527 e chocaram o mundo ontem.

O contador aposentado Stephen Paddock, 64 anos, morador da pequena cidade de Mesquite, em Nevada, foi quem apertou o gatilho e disparou rajadas de tiros contra uma multidão de 22 mil pessoas que acompanhav­am o festival Route 91 Harvest, dedicado à música country.

E muita gente só percebeu que o barulho que vinha do outro lado da rua eram tiros, e não fogos de artifício, quando a principal atração da noite, o cantor Jason Aldean, abandou o palco correndo 12 segundos após o início dos disparos.

Uma testemunha contou ter visto, primeiro, um homem ferido no pescoço: “Depois, as pessoas começaram a cair como moscas”. Vídeos gravados por pessoas que estavam no festival mostraram a correria.

No quarto onde Paddock estava foram encontrada­s 16 armas de diversos calibres, segundo informou o xerife do condado de Clark, onde fica Vegas, Joseph Lombaro. Já na casa do atirador, em Mesquite, foram apreendida­s mais 18 armas e explosivos adicionais.

Quando a porta do quarto do 32º andar foi arrombada pela polícia, o corpo de Paddock foi encontrado. Ele teria se matado com uma “arma de mão”.

SEM HISTÓRICO CRIMINAL Apesar da quantidade de armamento em poder do atirador, ele era considerad­o um homem pacato, que morava num campo de golfe, um condomínio para aposentado­s, e gostava de jogos e apostas.

Paddock era filho de Patrick Benjamin Paddock, um dos ladrões de banco mais procurados do FBI nos anos 1960 e 1970. Mas o próprio atirador não tinha um histórico criminal e nem passagens pela polícia, exceto uma infração de trânsito, segundo a polícia.

Irmão de Stephen, Eric Paddock disse que a família ficou perplexa e que o atirador era alguém bem de vida, que “gostava de jogar videopôque­r e de viajar em cruzeiros”.

“Ele nunca sacou sua arma, não faz o menor sentido” disse Eric. Ainda de acorodo com ele, o último contato com o irmão havia sido em agosto, quando ele ligou para saber como estava a mãe após o furacão Irma. “É como se um asteroide tivesse atingido nossa família. Era apenas um cara normal. Algo se rompeu nele, algo aconteceu”, disse Eric.

A princípio, a polícia tinha encontrado poucas armas na casa dele, em Mesquite, o que não chamaria a atenção por conta da legislação de Nevada em relação ao porte de arma uma das mais ‘frouxas’ dos EUA, segundo especialis­tas.

É que Paddock, além de poder pilotar aeronaves privadas, tinha licença para caça de animais de grande porte no Alaska. Mas, após a tragédia de anteontem, a maior provocada por tiros no país, se reacendeu o debate sobre o porte de armas.

Ataque em Las Vegas é o maior já registrado nos Estados Unidos

 ??  ?? Ataque provocou pânico em festival com 22 mil pessoas
Ataque provocou pânico em festival com 22 mil pessoas
 ??  ?? Paddock era contador aposentado
Paddock era contador aposentado

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil