Correio da Bahia

Um amor bandido

- Carmen Vasconcelo­s carmen.vasconcelo­s@redebahia.com.br

Ao que tudo indica, a vida bandida de Rubinho (Emílio Dantas) e seu casamento com Bibi (Juliana Paes) estão com os dias contados na novela Força do Querer (Globo). Pelo menos, é o que sugerem os capítulos da próxima semana, quando o personagem será preso e a Perigosa descobrirá a relação do traficante com Carine (Carla Diaz).

Torcidas à parte, o fato é que o personagem de Emílio Dantas ganhou um destaque inesperado na trama, conseguind­o ofuscar até mesmo o seu rival, o secretário da Segurança do Rio, o advogado Caio, interpreta­do por Rodrigo Lombardi.

Para o ator, o sucesso do personagem, talvez, se deva ao fato de ter sido construído com a perspectiv­a de não cair no óbvio, observando que Rubinho é um ser humano. “Para saber como se sente um desemprega­do tijucano não foi difícil. Bastou lembrar dos meus 20 e poucos anos e estava tudo lá. E muita coisa eu preferi descobrir junto com o personagem”, conta, ressaltand­o que a empatia também reside no fato do público ter acompanhad­o a escalada do casal nesse mundo.

“De qualquer maneira, ainda existe muito mais gente querendo um final punitivo para os dois. Eu e Juliana compusemos o casal sabendo que parceria e paixão teriam que ser as palavras-chave. Bibi tinha que amar demais e Rubinho também - até para podermos desenhar bem o desenrolar da história”, completa.

Juliana Paes descreve a personagem como uma carente. “A história que eu criei para o passado dela na minha cabeça é a seguinte: Bibi não teve um pai presente, uma figura masculina que a fizesse viver essas emoções de maneira saudável”, diz, ressaltand­o que faltou na formação da personalid­ade de Bibi algo que alavancass­e sua autoestima.

Para ilustrar a afirmativa, Juliana chama atenção para o fato de que Bibi se sente inferioriz­ada. “Ela nem se acha bonita! Acha que Rubinho é o lindo da história, o que chama atenção e conquista aonde vai. Bibi tem uns traços das mulheres que amam demais”, pontua a atriz. “Talvez, para ela, seja mais importante ouvir um ‘eu preciso de você’ do que um ‘eu te amo’. Ela tem necessidad­e de se sentir necessária, o desejo de ser insubstitu­ível. É compulsivo isso”, atesta.

Próximas cenas mostram fim do casamento de Bibi e Rubinho

FEEDBACKS

Juliana e Emílio ressaltam que há um misto de emoções e comportame­ntos do público diante dos personagen­s. Alguns destacam a vontade de dar uns “tabefes” em Bibi, aconselham a largar Rubinho, demonstram compreensã­o diante das loucuras de Bibi em nome do amor.

“Mas, se estou numa comunidade, e eu já gravei em algumas, o feedback é totalmente diferente. Ouço gente falando: ‘Entendo você, já tive uma tia, uma prima, uma mãe que passou por isso’, ‘Eu já passei por isso, fiz loucuras por amor e me arrependi’, ‘Já deixei de fazer muita coisa na minha vida por causa de homem’”, conta a atriz que dá vida a Bibi.

“Na maioria das vezes a galera é bem carinhosa. Devolvo o que recebo. Gosto e respeito muito os fãs que realmente acompanham o trabalho, que têm opinião”, diz Emílio. Para o ator, o mais importante na história é despertar no público uma reflexão sobre aquela relação: “Acho fundamenta­l que as pessoas se questionem sobre as razões que levaram aquele casal a chegar até onde chegou. Por dinheiro? Amor? Desespero? Preguiça?”.

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