Polícia acha drogas em UPP e prende comandante da unidade
RIO DE JANEIRO O major Alexandre Frugoni, comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Caju, foi preso, quarta-feira, pela corregedoria da Polícia Militar. Os policiais encontraram drogas até no telhado da unidade militar. Na sala do comandante, os policiais acharam uma pistola com a numeração raspada, 13 carregadores, bombas de gás, e mais de mil munições que não são da polícia. No total, quatro militares da UPP foram presos. Os nomes dos outros três não foram divulgados. Os 67 pinos de cocaína e 11 tabletes de maconha escondidos no telhado foram descobertos após os cães da PM começarem a latir para o alto quando entraram em uma das salas da unidade. Em um armário no alojamento da supervisão da UPP, a corregedoria da PM encontrou mais de 100 pinos de cocaína, 20 tabletes de maconha, uma pistola calibre 380 também com a numeração raspada e munições de fuzil. Também militar, a mulher do comandante foi obrigada a depor. Ela é acusada de tentar esconder parte do material, que estava na residência do casal. A mulher do comandante é major da PM. A UPP do Caju conta com 350 policiais e foi inaugurada em abril de 2013.O programa da UPP foi instalado em 2008 para retomar áreas dominadas pelo tráfico e aproximar a população do Estado. Se tornou trunfo político do então governador Sérgio Cabral (PMDB), hoje preso. Cabral chegou a prometer em sua campanha à reeleição terminar o governo com "todas as favelas pacificadas". Em agosto, em meio ao agravamento da violência no Rio e do aumento de confrontos armados nas favelas, a secretaria de Segurança anunciou a retirada de 3.000 policiais das UPPs. Especialistas em segurança pública afirmam que a decisão do governo inviabiliza o funcionamento das UPPs como planejada. Pesquisa Datafolha, divulgada no último dia 7, mostrou que, se pudessem, 72% dos moradores iriam embora do Rio por causa da violência. O levantamento revelou que 67% das pessoas ouviram algum tiro recentemente.