Fim de casamentos motiva assassinatos
Apesar de crimes praticados por ex-maridos que não aceitam o fim dos relacionamentos serem cada vez mais frequentes, até maio deste ano apenas um criminoso na Bahia foi enquadrado na Lei do Feminicídio, dois anos depois dela ter sido criada. Foi o caso de Rubervaldo Soares dos Santos Júnior, condenado a 20 anos, nove meses e 22 dias de prisão, em regime fechado, pelo assassinato da companheira, que estava grávida. À pena, foram somados cinco anos de prisão, porque, segundo o Ministério Público, o crime foi praticado “contra a mulher por razões da condição de sexo feminino” e, além disso, o assassinato ocasionou aborto, considerado crime nas leis brasileiras. Um dos casos responsáveis por reacender a discussão foi o da estudante Andreza Victória Santana Paixão, 15, morta dentro da casa do ex-namorado em Nova Brasília de Itapuã. O crime aconteceu no dia 17 de abril e, depois de passar cinco meses sendo procurado pela polícia, Adriel Montenegro dos Santos, 21, foi até o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no dia 25 de setembro, e se apresentou.
Ele é o principal suspeito. Segundo a família da vítima, o jovem não aceitava o fim do namoro e, por isso, baleou a estudante na cabeça. Já ele alega que o tiro foi acidental, disparado durante uma briga. No dia 19 de junho, a gerente Marlene Rodrigues Moura, 62, morreu depois de ser esfaqueada pelo companheiro, José Cosme Alves de Brito, em São Cristóvão. Ele foi espancado pelos vizinhos. Em julho, Luana Fernandes Hungria foi morta na porta de casa, no bairro do Uruguai. Cinco dias depois, o ex-namorado, José Carlos Lopes Júnior, 35, foi preso e confessou o crime. Em agosto, o vaqueiro Neilton Paixão dos Santos, o Quirica, 41, foi preso depois de tentar esfaquear a ex-esposa e colocar fogo na casa em que ela vivia com o atual companheiro. O crime aconteceu um mês antes, no município de Itaju do Colônia, no Sul da Bahia. Ele também não aceitava o fim.