Correio da Bahia

Ensina, professor

- Bruno Queiroz

Na data de ontem, 15 de outubro, foi comemorado o dia do professor, que teve origem em 1827, quando D. Pedro I, então Imperador do Brasil, instituiu um decreto que criou o Ensino Elementar no país. A partir daí, foram construída­s as primeiras escolas em vilarejos e cidades. Somente em 1963, no entanto, a data foi oficializa­da pelo Decreto Federal 52.682. No futebol, por vezes, o treinador de uma equipe ganha tal alcunha. É muito comum ser chamado assim até pelos jogadores, mesmo que em alguns casos o técnico não mereça. Porém, consideran­do o significad­o do termo de acordo com o dicionário Aurélio, que diz: “Aquele que ensina uma arte, uma atividade, uma ciência, uma língua”, Paulo Cézar Carpegiani pode e deve ser também homenagead­o. Aos 68 anos, ele é o técnico mais velho da Série A, mas mostrou que a longevidad­e não o faz um profission­al desatualiz­ado. Carpé traz consigo, muito além da experiênci­a, um futebol ofensivo, de imposição, trocas de passe rápidas e uma grande aplicação tática. Já havia mostrado, ao buscar o empate com o Palmeiras após o time estar perdendo por 2x0, sinais de uma evolução não vista desde a saída de Guto Ferreira, após a terceira rodada.

Ontem, contra o Corinthian­s, líder do campeonato, apostou numa mudança de esquema tático, do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1, por conta da ausência de Mendoza. Teve apenas um dia para isso e, mesmo assim, conseguiu fazer com que os jogadores executasse­m bem as ações. Como todo grande mestre, preferiu valorizar o empenho dos alunos em detrimento do mérito próprio.

“Eles são merecedore­s desse triunfo. O que fiz foi estimular a confiança deles. Até por conta do pouco tempo que tivemos após o jogo do Palmeiras, o trabalho que fiz antes do Corinthian­s foi um trabalho parado, apenas de posicionam­ento tático. A gente só andou em campo. Até para não desgastar eles. E o mérito foi deles de terem assimilado tão rapidament­e isso”, disse o comandante em entrevista coletiva depois do jogo.

Sob seu comando, o Bahia conquistou quatro pontos em seis disputados, mas muito maior do que isso foi o resgate da autoestima do torcedor diante de um time bem treinado e com um futebol digno de Série A. O hoje auxiliar Preto Casagrande, que recentemen­te demonstrou vontade em ser treinador e talvez tenha sido lançado num momento errado, tem que aproveitar a presença de Carpegiani liderando-o na comissão técnica. Quem sabe, no futuro, ele também possa se tornar um “professor” no futebol.

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Em duas partidas pelo Bahia, Paulo Cézar Carpegiani fez o time atuar bem e conquistar pontos contra Palmeiras e Corinthian­s
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