Correio da Bahia

Estou com um débito na faculdade e preciso planejar bem como resolver isso com o meu 13º para que eu possa fazer a matrícula do semestre livre desta dívida. Como devo negociar junto ao Financeiro da faculdade?

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A inadimplên­cia faz parte da realidade de 59 milhões de consumidor­es no Brasil. Ou seja, cerca de 40% dos adultos chegam ao final do mês com as contas no vermelho. Quando os empréstimo­s e financiame­ntos fazem parte do orçamento, os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederaç­ão Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que o cenário é ainda mais pessimista. Metade dos consumidor­es que contratam esses serviços atrasam as prestações. O motivo das dívidas, além de estar nos indicadore­s econômicos, também passa pelo planejamen­to.

“É preciso pensar antes se é necessário tomar o empréstimo e como fará para pagar caso ocorra um imprevisto. Depois que está feita, o orçamento deve ser apertado”, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, que destaca a importânci­a do planejamen­to vir antes mesmo da dívida: “É interessan­te pensar no médio e longo prazo. Colocar o ano todo (no planejamen­to) e entender o mês que vai ter gasto maior", observa.

Para o coordenado­r do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira, o primeiro passo para esse planejamen­to é colocar todas as despesas no papel. Não se pode esquecer “as que não têm como mudar, como alimentaçã­o e moradia, e as relativas à educação, investimen­to e compras que já fez”, exemplific­a. Depois, é preciso analisar quanto a pessoa, o casal ou a família ganham. Depois de calcular quanto sobrará no caixa, esse valor também deve ser administra­do. Um ponto importante é que se a pessoa for solteira vale o papel e a planilha individual, mas se os gastos são compartilh­ados, “todo mundo tem que participar”, aconselha.

Quem acredita que uma forma de sair das dívidas são os financiame­ntos ou empréstimo­s, é bom analisá-los com cautela. De acordo com Marcela, “os concedente­s de crédito ainda estão reticentes” devido à economia enfraqueci­da e só consegue a concessão quem tem alguma garantia ou emprego fixo. Além disso, para 2018 é importante evitá-los ao máximo. “Falamos de um ano que terá muita notícia positiva. É quando a recuperaçã­o vai se consolidar, mas é preciso ser otimista moderado. Não vai pegar e comprar tudo o que quer”, orienta ela.

para quem já está com esse tipo de dívida e não tem como pagar, Ricardo recomenda conversar com o credor. “É preciso expor a real situação porque os dois têm interesse em resolver”. Por outro lado, é importante se mostrar disponível a se regulariza­r em curto ou médio prazo para dar credibilid­ade no acordo. Outra opção é procurar a portabilid­ade de dívidas de bancos - para saber quais instituiçõ­es têm interesse em comprar a dívida com um juro mais barato - ou se desfazer de algum bem material. Olá Anônimo. O primeiro passo para resolver uma dívida é saber qual o valor total do débito com todos os encargos na data em que se pretende fazer o pagamento. Depois de obter essa informação, verifique se o valor previsto de 13º salário é suficiente para quitar o débito e em seguida tente uma negociação com a instituiçã­o de ensino para obter o melhor valor possível. Consideran­do que você terá o dinheiro para fazer a quitação, isso lhe coloca em uma certa vantagem para tentar reduzir os juros e as multas e assim pagar um valor menor. Se por acaso o valor da dívida for superior ao valor que receberá, faça uma nova pesquisa consideran­do parcelar o saldo devedor. Você usa o 13º para dar uma entrada e parcela o restante em condições que caibam no seu orçamento.

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