Maia reage e chama advogado de Michel Temer de ‘incompetente’
VAZAMENTO O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) reagiu ontem à declaração de Eduardo Carnelós, advogado do presidente Michel Temer, que, no sábado, chamou de “criminoso vazamento” a divulgação dos vídeos da delação do operador financeiro Lúcio Funaro, que tem o presidente como um dos alvos. Os vídeos foram publicado pelo jornal Folha de S.Paulo na sexta-feira, porém já estavam disponibilizados pelo site da Câmara desde mês passado. Segundo Maia, o material, enviado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), não está sob sigilo. Maia chamou o advogado de “incompetente” e disse que ele será processado por servidores da Câmara. Disse que era “uma pena o presidente do Brasil constituir esse advogado na sua defesa”.
“E, da minha parte, uma perplexidade muito grande ver o advogado do presidente da República, depois de tudo que fiz pelo presidente, da agenda que construí com ele, de toda defesa que fiz na primeira denúncia, ser tratado de forma absurda e - vamos chamar assim - sem nenhum tipo de prova, de criminoso”, disse Maia, à jornalista Andréia Sadi, do G1. “Incompetência é pouco para justificar as agressões do advogado. A defesa do presidente recebeu todos os documentos. Nunca imaginei ser agredido pelo advogado do presidente Temer. Depois de tudo que fiz, esta agressão não faz sentido. Daqui pra frente vou, exclusivamente, cumprir meu papel institucional, presidir a sessão”, afirmou Maia, à Folha. Ontem, Carnelós divulgou nota dizendo que desconhecia que os vídeos estavam no site da Câmara. “Considerando os termos da decisão do ministro Fachin, não poderia supor que os vídeos tivessem sido tornados públicos”, afirmou. O advogado disse que não quis criticar Maia. “Jamais pretendi imputar ao presidente da Câmara a prática de ilegalidade, muito menos crime”. “Hoje constatei que o ofício encaminhado a S. Ex.ª pela presidente do STF, com cópia da denúncia e dos anexos, indicou serem sigilosos apenas autos de um dos anexos, sem se referir aos depoimentos do delator, que também deveriam ser tratados como sigilosos, segundo entendimento de Fachin, em consonância com o que tem decidido o Supremo”, diz. Também ontem, o ministro Moreira Franco disse numa rede social que a delação de Funaro foi uma “encomenda remunerada” do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que já havia denunciado Temer por corrupção passiva.