Pior atentado na história da Somália deixa mais de 230 pessoas mortas
TERRORISMO Um duplo atentado com caminhões-bomba sacudiu a capital de Somália, Mogadício, e se transformou num dos piores ataques das últimas décadas ao país africano. Os ataques tiveram início com a explosão de um caminhão-bomba numa área movimentada e próxima ao Ministério de Relações Exteriores, no sábado. Algumas horas depois, uma segunda explosão foi registrada no bairro de Medina. Foram registradas 231 mortes e mais de 275 feridos. Equipes de resgate passaram a madrugada de domingo procurando sobreviventes nos escombros do Hotel Safari, próximo de onde a primeira bomba explodiu. O muro e os portões de ferro do hotel foram completamente destruídos. “É difícil ter um número [de mortos] preciso porque os corpos foram levados para hospitais diferentes e alguns foram retirados dos locais das explosões diretamente por seus familiares para serem enterrados”, disse Ibrahim Mohamed, um chefe de polícia. O governo chamou o episódio de “desastre nacional”. “Eles não se importam com as vidas do povo somali, de mães, pais e crianças”, disse o primeiro-ministro Hassan Ali Khaire. “Eles atacaram a área mais populosa de Mogadício, matando apenas civis”.
Nenhum grupo reivindicou o ataque, mas o governo somali, que é respaldado pela comunidade internacional, culpou os rebeldes shebaab, um grupo embrião da Al-Qaeda que executa com frequência ataques suicidas na capital em sua luta contra o governo. Os shebaab foram expulsos da capital da Somália há seis anos por tropas somalis e da União Africana. Com o passar dos anos, perderam o controle das principais cidades do sul da Somália. Mas os rebeldes continuam controlando as zonas rurais e executam ataques contra os militares, o governo e alvos civis, assim como ataques terroristas no Quênia.
O presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Farmaajo, declarou três dias de luto nacional e pediu à população que doasse sangue.