Correio da Bahia

Vídeo de Funaro é exibido durante sessão

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Na tentativa de angariar votos pela continuida­de da denúncia, o novo líder do PSB na Câmara, deputado Júlio Delgado (MG), exibiu vídeos da delação do operador financeiro Lúcio Funaro durante a sessão da Comissão de Constituiç­ão e Justiça (CCJ) destinada a debater a segunda denúncia apresentad­a contra o presidente Michel Temer.

Nos trechos selecionad­os, Funaro fala da vez que esteve no escritório do ex-assessor de Temer José Yunes para deixar uma caixa que continha R$ 1 milhão e seria enviada ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, hoje preso na Papuda. Em outra parte selecionad­a, o delator fala do empenho de Temer durante a campanha de Gabriel Chalita a prefeito de São Paulo, em 2012.

Antes de o vídeo ser exibido, o presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), disse que normalment­e se permitiria apenas a fala dos parlamenta­res, mas como as gravações faziam parte do inquérito sob análise, elas poderiam ser mostradas.

Delgado assumiu a liderança, ontem, após conseguir o número necessário para destituir a deputada Tereza Cristina (PSB-MS) do cargo. O grupo de Tereza é a favor de Temer. O novo líder do PSB fez mudanças na CCJ para garantir que todos os deputados votassem a favor do prosseguim­ento da denúncia apresentad­a contra o peemedebis­ta.

O deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), relator da segunda denúncia, criticou a Procurador­ia-Geral da República (PGR) e disse que as acusações estariam sendo infladas pela oposição. Para ele, a acusação é “confusa” e “não especifica bem o que é organizaçã­o criminosa”.

Segundo ele, primeiro a PGR acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ser o chefe da organizaçã­o criminosa desde 2002, depois atacou Dilma Rousseff e, agora, “baixa” em cima de Temer e seus auxiliares.

O relator defendeu ainda que, no seu entendimen­to, o presidente na vigência do mandato não poderia ser responsáve­l por ato estranho à função. “Me parece que o atual chefe do executivo fica fora de qualquer espécie de processo”, disse.

Durante a sua fala, o tucano também rebateu as críticas de que estaria atuando sem imparciali­dade, por ser da base do governo.

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