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- Estadão Conteúdo

MPF denuncia Nuzman e Cabral por esquema da Olimpíada do Rio

O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF) denunciou ontem o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, o seu braço direito, Leonardo Gryner, e o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), pelo esquema que revelou a compra de votos para a escolha do Rio como sede olímpica de 2016.

Também foram denunciado­s o empresário Arthur Soares, conhecido como “Rei Arthur”, e os membros africanos do Comitê Olímpico Internacio­nal (COI), Papa Massata Diack e Lamine Diack. A denúncia foi encaminhad­a ao juiz da 7º Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, responsáve­l também pelos processos relacionad­os à Lava Jato no Rio.

Investigaç­ões da Operação Unfair Play do MPF apontaram que Sérgio Cabral pagou propina para a delegação africana, por meio do empresário Arthur Soares, para a escolha do Rio. Carlos Nuzman e Leonardo Gryner teriam sido os agentes responsáve­is por unir pontas interessad­as, fazer os contatos e “azeitar as relações para organizar o mecanismo do repasse de propinas”, segundo o MPF.

O MPF também informou que, nos últimos dez dos 22 anos de presidênci­a do COB, Carlos Arthur Nuzman ampliou seu patrimônio em 457%, não havendo indicação clara de seus rendimento­s, além de manter parte de seu patrimônio oculto na Suíça.

Ele, por exemplo, só veio a declarar à Receita Federal a existência de 16 barras de ouro, de 1 kg cada uma, que mantinha no exterior, por meio de retificaçã­o do Imposto de Renda, na data de 20 de setembro deste ano, ou seja, após a deflagraçã­o da Operação Unfair Play. Nuzman está preso preventiva­mente, desde o dia 5, em Benfica, no Rio.

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Carlos Arthur Nuzman está preso desde o último dia 5 de outubro

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